A Justiça do Trabalho na Paraíba determinou que a Superintendência de Mobilidade Urbana (Semob-JP) fiscalize se há 60% da frota funcionando durante a greve dos motoristas de ônibus em João Pessoa. Esse percentual tinha sido estabelecido em uma decisão anterior ao movimento que começou nesta segunda-feira (27), mas poucos ônibus foram vistos em circulação.
A desembargadora-presidente do TRT-13, Herminegilda Leite Machado, presidiu uma reunião de conciliação, entre os representantes dos trabalhadores e das empresas de transporte, com a presença do procurador do trabalho, Márcio Roberto de Freitas Evangelista.
No entanto, não houve acordo, então, foi marcada audiência de instrução para a próxima quarta-feira (29), às 14h. A magistrada também determinou que a frota em circulação (60%) seja adesivada e fiscalizada pela Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana (Semob).
A Semob informou que o monitoramento estará sendo feito diariamente, mas que, até a última atualização desta notícia, não conseguia indicar a porcentagem da frota circulando.
O JORNAL DA PARAÍBA procurou o Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores em transportes Rodoviários de Passageiros e Cargas no Estado da Paraíba, mas não obteve resposta até a última atualização desta notícia.
Durante a manhã, o presidente do Sindicato dos Motoristas, Rone Nunes, afirmou que os motoristas estão nas garagens, mas estavam se recusando a sair para trabalhar.
O Sintur-JP, que representa as empresas de transporte coletivo, alega que o Sindicato dos Motoristas está descumprindo a decisão judicial de manter 60% da frota circulando, “Infelizmente lamentamos o fato de não chegarmos a um acordo entre as partes, entre as categorias . E lamentamos mais ainda o fato de que em uma atitude de desprezo, e desrespeito, à Justiça, à decisão da Justiça, o Sindicato dos Motoristas não permitiu que 60% da frota entrasse em operação”, afirmou o presidente do Sintur-JP, Isaac Júnior.
Reivindicações da greve dos motoristas
Além do reajuste salarial, os motoristas pedem a retomada do vale-alimentação, que foi suspenso desde 2019, e o fim das duas jornadas de trabalho. Entre as principais reivindicações estão:
- Reajuste de 15% no piso salarial
- Aumento de 81% no valor do auxílio-alimentação
- Elevação de 150% na gratificação
- Inclusão de plano odontológico
- Plano de saúde
Na reunião de conciliação, os representantes das empresas ofereceram um reajuste de 5%, mas os motoristas não aceitaram
De acordo com o Sindicato dos Motoristas, foi apresentada uma contraproposta de aumento salarial de 6%, além de vale-alimentação no valor de R$ 570 e um adicional de R$ 150 para motoristas que também desempenham a função de cobrador. No entanto, o sindicato que representa as empresas de transporte coletivo recusou a proposta.