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20 anos sem o paraibano que mudou o pensamento da economia

Arquivo/TV Cabo Branco

Celso Furtado foi um dos maiores intelectuais do Brasil no século 20. Nascido em 26 de julho de 1920, em Pombal, Paraíba, ele se destacou como economista, pensador social e defensor de políticas para reduzir a desigualdade social. Celso morreu aos 84 anos, em 20 de novembro de 2004, há exatos 20 anos.

Sua carreira inclui momentos marcantes, como a criação da Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) e sua participação no governo de João Goulart como Ministro do Planejamento.

 
 
   

Furtado foi um pioneiro em tratar o desenvolvimento econômico sob a perspectiva das desigualdades sociais. Para ele, o crescimento não deveria ser medido apenas pelo aumento do Produto Interno Bruto (PIB), mas também pela redução das disparidades sociais e regionais.

Uma Jornada Transformadora

A trajetória de Celso Furtado começou de forma inusitada. Em 1945, ele lutou como aspirante a oficial na Força Expedicionária Brasileira (FEB) durante a Segunda Guerra Mundial, na Itália. Foi nesse período que ele começou a questionar o mundo à sua volta. Durante os momentos de folga, escrevia diários, refletindo sobre a guerra e as desigualdades que presenciava.

“A guerra é a exacerbação dos perigos correntes da vida”, escreveu Furtado em um de seus diários. Essa experiência moldou sua visão crítica e seu desejo de entender os problemas sociais e econômicos do mundo.

Criação da Sudene e a luta contra a desigualdade

Após seu retorno ao Brasil, Celso Furtado se dedicou ao estudo da economia e, em 1959, fundou a Sudene (Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste). A iniciativa buscava combater a pobreza e promover o desenvolvimento sustentável da região Nordeste, até então negligenciada pelas políticas nacionais.

Contribuições de Celso Furtado para o Nordeste

  • Formulação de políticas públicas para o desenvolvimento regional.
  • Criação de mecanismos para reduzir as desigualdades econômicas entre o Nordeste e outras regiões.
  • Defesa de uma industrialização que considerasse as especificidades locais.

A obra mais famosa de Furtado, “Formação Econômica do Brasil”, publicada em 1959, foi crucial para entender os desafios do desenvolvimento brasileiro. O livro tornou-se um marco no pensamento econômico brasileiro e mundial.

O exílio forçado e a expansão do pensamento

Com o golpe militar de 1964, Furtado foi cassado e forçado ao exílio. Ele viveu em diversos países, como França, Estados Unidos e Chile, onde lecionou e participou de debates sobre o desenvolvimento. Durante esse período, escreveu livros influentes como “O Mito do Desenvolvimento Econômico” e “Criatividade e Dependência na Civilização Industrial”.

O exílio, no entanto, não diminuiu seu espírito crítico. Pelo contrário, ampliou seu pensamento sobre o papel do Estado na economia e a necessidade de uma abordagem mais humanista no desenvolvimento.

Livros Essenciais de Celso Furtado

  • “Formação Econômica do Brasil”: Análise crítica da economia brasileira.
  • “O Mito do Desenvolvimento Econômico”: Reflexão sobre os limites do crescimento.
  • “Criatividade e Dependência na Civilização Industrial”: Discussão sobre inovação e desigualdade.