Qui 18 abril 2024 12:30 atualizado em Qui 18 abril 2024 12:22
Governo de Minas entrega Medalha da Inconfidência em Ouro Preto e faz reparação histórica à inconfidente Bárbara Heliodora
Cerimônia tradicional é realizada em Ouro Preto, região Central, e prestará homenagem à poeta que terá seu lugar marcado no Panteão dos Inconfidentes
Gil Leonardi / Imprensa MG download da imagem
O Governo de Minas realiza a entrega da Medalha da Inconfidência, honraria concedida pelo Estado a personalidades e instituições que contribuíram para o desenvolvimento de Minas Gerais e do país, neste domingo (21/4), em Ouro Preto, cidade histórica da região Central de Minas. A solenidade integra a Semana da Inconfidência em Conexões. O governador Romeu Zema entrega as condecorações, no Centro de Artes e Convenções da Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop). Como parte das tradições, a capital do estado é transferida simbolicamente para Ouro Preto no dia. A Medalha da Inconfidência possui quatro designações: Grande Medalha, Medalha de Honra e Medalha da Inconfidência e Grande Colar, honraria concedida a chefes de Estado, chefes de governo e chefes dos demais Poderes da União. Na solenidade deste ano, serão entregues 170 condecorações: 40 Grandes Medalhas, 58 Medalhas de Honra e 72 Medalhas da Inconfidência. A lista dos agraciados será publicada na sexta-feira (19/4), no Diário Oficial de Minas Gerais. Grande Colar Neste ano, o agraciado com o Grande Colar será o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (FHC), sociólogo e autor de vários livros sobre mudança social e os condicionantes políticos do desenvolvimento do Brasil e da América Latina. Eleito presidente da República por dois mandatos consecutivos, ocupou o cargo de 1995 a 2002. Seu governo foi um período marcado pela consolidação da estabilidade econômica, por reformas na economia, na Previdência Social e na administração pública, bem como pela democratização do acesso às políticas sociais. Antes de ser eleito presidente, FHC foi ministro das Relações Exteriores do governo Itamar Franco. Em maio de 1993, ele assumiu o Ministério da Fazenda, em um momento em que a inflação beirava os 30% ao mês, quando levou adiante seu plano de estabilização, o Plano Real, composto por medidas drásticas de controle do déficit público e reforma monetária que se completou com a entrada em circulação de uma nova moeda, o real, em julho de 1994. O Plano Real completa 30 anos de sua criação, mantendo durante esse período a estabilidade monetária do Brasil, sem nenhuma ocorrência de hiperinflação. Cerimônia A solenidade tem dois momentos distintos. O ato da entrega da Medalha da Inconfidência, com presença de público, é conduzido no Centro de Artes e Convenções da Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop). Já a honra militar é realizada na Praça Tiradentes, no coração da cidade histórica, com a presença dos Dragões da Inconfidência, o hasteamento da bandeira, a colocação de flores no monumento ao mártir da Inconfidência Mineira e a salva de 21 tiros. A cerimônia de 2024 será marcada também por homenagem à poeta Bárbara Heliodora, heroína da Inconfidência Mineira. Despojos, ou seja, uma porção de terra do túmulo de São Gonçalo do Sapucaí, no Sul de Minas, serão levados para o Museu da Inconfidência, em Ouro Preto, onde ficarão no Panteão dos Inconfidentes, espaço que celebra os heróis desse período emblemático da história. O Panteão abriga outros heróis da Inconfidência, incluindo Tiradentes e Alvarenga Peixoto, que era casado com Bárbara Heliodora. Além de homenagear a poeta, o reconhecimento promove uma reparação histórica, já que ela participou ativamente da Inconfidência, mas não teve o devido reconhecimento à época por ser mulher. Condecoração A entrega da Medalha da Inconfidência foi instituída em 1952, pelo governador Juscelino Kubitscheck. A honraria ocorre tradicionalmente todo dia 21 de abril, Dia de Tiradentes, em alusão a Joaquim José da Silva Xavier, mártir da Inconfidência Mineira, movimento de independência que teve como epicentro a cidade de Ouro Preto, no século XVIII. A data resgata os valores históricos de Minas Gerais, como a luta por um processo mais democrático e de liberdade. Tiradentes foi executado em 21 de abril de 1792, no Rio de Janeiro. Conexões Pelo segundo ano consecutivo, o Governo de Minas promove série de atividades em Ouro Preto e Tiradentes, no Campo das Vertentes. A edição 2024 recebe o nome Semana da Inconfidência em Conexões, projeto realizado por meio da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo (Secult), junto com a Fundação de Arte de Ouro Preto (Faop) e a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), e tem como parceiros as prefeituras de Ouro Preto e Tiradentes, além da iniciativa privada. Os eventos começaram no dia 14/4 e vão até 21/4, período em que moradores e visitantes terão à disposição variedade de ações que irão conectá-los com a história, raízes culturais, criatividade e o patrimônio artístico do estado. A Semana da Inconfidência conecta mais uma vez duas cidades marcadas pela memória da Inconfidência Mineira. Ouro Preto, capital do estado de 1823 a 1897, é reconhecida como epicentro do movimento de luta pela independência da coroa portuguesa, enquanto o município de Tiradentes, então Vila de São José, sediou uma das primeiras reuniões dos inconfidentes, em 1788, posteriormente recebendo o atual nome em homenagem a Joaquim José da Silva Xavier. O objetivo da semana, promovida anualmente, é fortalecer a cultura, a educação e o turismo, contribuindo para a valorização e o desenvolvimento da arte e da economia da criatividade.