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Projeto Moda para Todas forma profissionais com cursos em unidade prisionais | Governo do Estado de São Paulo

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O Projeto Moda para Todas, da Passarela Alternativa, usou moda, cultura, arte e autoconhecimento ao envolver nove mulheres e dois homens trans do regime semiaberto da Penitenciária Feminina da Capital (PFC) com encontros realizados nos meses de agosto e setembro, entre aulas teóricas e práticas, em um total de 30 horas. A iniciativa contou com o apoio da Coordenadoria das Unidades Prisionais da Região Metropolitana de São Paulo, da Secretaria da Administração Penitenciária (SAP).

O projeto da Passarela Alternativa promove justiça restaurativa e forma profissionais para o mercado da moda com cursos em unidades prisionais.

 
 
   

Com a intenção de oferecer oportunidades de estudo e vivência, além de certificação, o Projeto Moda para Todas teve total engajamento de parceiros do porte da Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP), por meio da FAAP Social e do Instituto Ação pela Paz (IAP). As aulas foram realizadas nas dependências da instituição de ensino, envolvendo voluntários e equipe técnica, incluindo profissionais do projeto: totalizando 44 pessoas.

Para a diretora geral da PFC, Deyse Andrade, a promoção de atividades educacionais e profissionalizantes contribuem, de forma relevante, no processo de reintegração e reinserção da pessoa privada de liberdade na sociedade. De acordo com ela, essas ações agregam conhecimento e valores importantes para a mudança de vida.

Ela destacou que, assim como outros projetos já existente na unidade, o Passarela Alternativa despertou, por meio do ensino de moda e costura, a criatividade, a valorização e a autoestima dos participantes do curso. “O interesse pela profissionalização evidencia a possibilidade de um novo recomeço pós-cárcere”, pontuou.

Na opinião da presidente fundadora da Passarela Alternativa, Karen Brandoles, o Moda para Todas teve grande relevância social de impacto não apenas para as mulheres reclusas que participaram do projeto, como também para os envolvidos. “Levar conhecimento, humanização e promover valores como empatia, solidariedade e possíveis meios de empreender para a nova geração dos universitários elitistas é trabalhar por uma sociedade mais igualitária e segura para as próximas gerações”, disse. Igual sentimento foi compartilhado pela FAAP Social, que vê na ação uma importante oportunidade de mudança na vida das pessoas.

Já para Caio Nunes, Analista de Projeto do IAP, a parceria com a Passarela Alternativa deve-se à metodologia aplicada, que vai muito além de pensar na geração de renda, já que propicia apoio psicológico, social e cultural visando a diminuição da reincidência das reclusas ao cárcere.

Os participantes também deixaram suas impressões sobre o curso. Para o aluno F.A.F.M., o curso foi uma oportunidade maravilhosa porque o fez enxergar que também faz parte da sociedade. Além disso, destaca que costureiro é sua nova profissão. “Hoje eu me vejo como um ser humano melhor”, garantiu.

A.L.H. relatou que o Projeto Moda para Todos foi fenomenal pois o ajudou também na forma de lidar com outros. Por conta disso, ele disse que atualmente está mais tolerante com todos. Para a aluna A.C, o curso representou um caminho para um futuro melhor. “Uma visão nova para minha vida”, destacou.

Tendo como foco a vida em liberdade, para A.C.S.O. o projeto amplia as possibilidades de trabalho. Na opinião de P.M., o curso foi uma excelente experiência e espera que outras reclusas também possam passar por essa formação.

Trabalhos desenvolvidos

A metodologia adotada pelo projeto previa a capacitação técnica em moda e costura das pessoas privadas de liberdade, sendo 80% das aulas voltadas à teoria e prática dos conteúdos e 20% do tempo para desenvolvimento humano. Nos quatro encontros programados, que ocorreram dentro das instalações da instituição de ensino, tanto o conteúdo quanto o corpo docente vieram da própria fundação.

Em termos de trabalhos de desenvolvimento humano, o que se destaca são os registros de memórias afetivas feitos em 12 metros de algodão cru, com desenhos criados e coloridos pelas próprias alunas. Essa faixa de tecido serviu inclusive como passarela para o desfile final com as produções dos modelos desenvolvidos durante as aulas.

De acordo com Karen, as figuras estampadas nesse tecido formam a base da coleção de produtos do projeto chamada Recomeços. Com a intenção que mais pessoas venham a conhecer as muitas histórias registradas nas ilustrações, a empresa criou uma linha de produtos que incluem sacola ecológica, sacola, mini sacola, camiseta, chaveiro, caderno de anotações, estojo e prendedores de cabelo de tecido. A mão de obra ficou por conta de pessoas egressas do sistema prisional que hoje fazem parte da equipe de profissionais da empresa.

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