Gustavo Santiago na cozinha da Escola Municipal Alagoas – Marcelo Piu / Prefeitura do Rio
Responsável pela maior rede de educação municipal da América Latina, com 1.549 escolas e 620 mil alunos, a cidade do Rio tem compromisso não só com o ensino, mas com a refeição oferecida diariamente a milhares de carioquinhas que frequentam suas salas de aula. Para que isso seja possível, a Prefeitura mantém um sistema de alimentação baseado na qualidade nutricional e alinhado às diretrizes do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE). Com uma abordagem inovadora, ele é pautado por cardápios saudáveis, variados e elaborados por profissionais especializados da Unidade de Nutrição Annes Dias (Unad), órgão vinculado à Secretaria Municipal de Saúde. A iniciativa tornou-se referência no cenário nacional.
Merendeira prepara o almoço no GET Armando Klabin – Marcelo Piu / Prefeitura do Rio
O número de refeições oferecidas diariamente chega, em média, a um milhão, e são consumidas cerca de 400 toneladas de alimentos. A Secretaria Municipal de Educação (SME) adota uma postura rigorosa em relação à qualidade dos produtos utilizados. De acordo com a Resolução nº 06/2020 do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), refrigerantes, doces, biscoitos recheados e frituras foram excluídos dos cardápios, reforçando o foco na alimentação nutritiva e equilibrada dos alunos.
A medida foi adotada bem antes de a Câmara de Vereadores do Rio aprovar, neste mês de junho, um projeto de lei que bane alimentos ultraprocessados de todas as escolas do município. A oferta desses itens já não ocorria nas unidades da rede municipal.
Os alimentos oferecidos aos alunos são cuidadosamente preparados nas cozinhas de todas as escolas do município, por agentes de preparo de alimentos (APAS), que têm contratos com a SME. Além disso, a rede conta com 5.299 profissionais, sendo estatutários, APAS da Comlurb e terceirizados, que atuam nas cozinhas das unidades.
Gustavo Santiago e Gabriel Luiz almoçam na escola – Marcelo Piu / Prefeitura do Rio
A refeição servida aos alunos costuma ganhar nota dez de estudantes como Gustavo Santiago e Gabriel Luiz Damasceno Inácio, que têm 9 anos e estão no 4º ano da Escola Municipal Alagoas, em Pilares.
– Eu gosto muito da comida da escola e meu prato preferido é o estrogonofe de frango. Sempre como tudo e não deixo nada no prato – garante Gustavo.
Gabriel é mais tradicional e não dispensa arroz com feijão no prato:
– É muito bom comer na escola, a gente sai da aula com fome e vai logo almoçar.
Cardápio elaborado por nutricionistas
A Unidade de Nutrição e Segurança Alimentar Annes Dias (UNAD), que fica em Botafogo, é o órgão responsável pela coordenação técnica da área de alimentação e nutrição do município do Rio de Janeiro. Os profissionais da UNAD não atuam diretamente nas unidades de ensino, mas fornecem os cardápios e auxiliam os agentes de preparo e as merendeiras. Com uma equipe multiprofissional, composta por nutricionistas, sanitaristas, médicos e professores, a instituição tem como missão implementar, acompanhar e avaliar, em parceria com órgãos afins, a Política de Alimentação e Nutrição no município.
Alimentação com preparo específico
A Secretaria de Educação atende mais de mil alunos com alguma condição de saúde específica e, em cumprimento à Lei nº 12.982, de 28 de maio de 2014, há necessidade de adaptação de cardápio. Doença celíaca é um dos exemplos registrados na rede.
Produção própria
A Secretaria Municipal de Educação mantém o programa Hortas Escolares em 228 unidades. A proposta é implantar, manter e consolidar hortas educativas e jardins como espaços destinados às práticas ambientais.
O cardápio das escolas
Arroz e feijão – Formam a base da alimentação e estão disponíveis todos os dias.
Carne (bovina e fígado) – Oferecida duas vezes por semana.
Frango – Servido duas vezes por semana.
Ovo – Nos pratos uma vez por semana.
Salada – Todos os dias há ao menos uma oferta de vegetal na merenda escolar.
Biscoitos – São oferecidos apenas dois tipos, maisena e água e sal, sem recheio.
Valores gastos pela Prefeitura na merenda escolar
A prefeitura gasta, em média, R$ 350 milhões ao ano com a merenda escolar.
Valores por ano
2021 – R$ 353,85 milhões
2022 – R$ 363,61 milhões (69% a mais, em relação a 2020).
Saiba mais sobre a rotina alimentar na rede
– As unidades escolares do município do Rio não mantêm cantinas há 20 anos, o que elimina a venda de alimentos não saudáveis no ambiente escolar.
– Os fornecedores entregam os alimentos para as 11 Coordenadorias Regionais de Educação (CREs) e em cada escola, semanalmente, de acordo com a logística por territórios.
– Para os matriculados em unidades de turno parcial são ofertadas duas refeições: no turno da manhã, desjejum e almoço, e, no turno da tarde, almoço e lanche. Para os matriculados em unidades de turno único são oferecidas três refeições: desjejum, almoço e lanche.
– O leite servido é proveniente de agricultura familiar.
Alunos almoçam no GET Armando Klabin – Marcelo Piu / Prefeitura do Rio
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