Queimaduras e câncer de pele estão entre os principais riscos associados à exposição excessiva ao sol. Com o início do verão neste domingo (21), a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) reforça o alerta para a importância dos cuidados com a derme, cuja proteção é fundamental para a saúde de todo o corpo. Dados da rede municipal mostram que, no último verão, em apenas cinco meses, foram registrados mais casos de queimaduras solares do que em todos os dez meses anteriores. Entre novembro de 2024 e março de 2025, foram notificados, em média, 182 atendimentos por queimadura solar por mês — mais que o dobro da média observada entre janeiro e outubro de 2024, que foi de 88 atendimentos mensais.
– No verão, a mobilização é intensificada devido aos dias mais quentes e maior exposição ao sol. É importante destacar, contudo, que os cuidados com a proteção da pele precisam ser mantidos continuamente ao longo da vida, por todas as pessoas. Esses cuidados reduzem a exposição à radiação ultravioleta (UV), que se acumula ao longo dos anos e é o principal fator responsável pelo desenvolvimento do câncer de pele – diz a dermatologista Cristina Bernardes, da Gerência de Doenças Dermatológicas Permanentes da SMS.
Segundo a dermatologista Gabriela Oliveira, que também integra a Gerência de Doenças Dermatológicas Permanentes da SMS, a exposição ao sol sem proteção está associada ainda ao surgimento ou agravamento de doenças preexistentes, como micoses e brotoeja, além de provocar manchas, lesões e envelhecimento precoce da pele.
– O uso do protetor solar é indispensável durante todo o ano, inclusive em dias nublados, pois mesmo nesses dias a radiação ultravioleta continua presente. Por isso, o cuidado com a pele deve ocorrer sempre, especialmente no verão, quando a exposição ao sol costuma ser maior – acrescenta a médica.
Protetor deve ser aplicado a cada 2h
De acordo com as especialistas, o protetor solar deve ser utilizado diariamente, com Fator de Proteção Solar (FPS) 30 ou superior. A reaplicação deve ocorrer a cada duas horas e sempre após entrar na água ou em casos de suor excessivo.
Elas alertam ainda que, além das áreas mais expostas, como braços e pernas, algumas regiões costumam ser esquecidas e também precisam de proteção, como couro cabeludo, nuca, orelhas, lábios, mãos e pés. O uso de protetor labial com FPS, chapéus, bonés e óculos escuros com proteção contra raios UV contribui para reduzir os danos causados pelo sol. Os horários mais seguros para a exposição solar são antes das 9h e após as 15h, quando os índices de radiação são menores.
Exposição à luz solar: crianças, idosos e gestantes são mais vulneráveis
O balanço de atendimentos do último verão reflete a importância da conscientização sobre o tema. Somente de novembro de 2024 a março de 2025, foram registrados 912 atendimentos por queimadura solar nas unidades da rede municipal de saúde. Nos dez meses anteriores (janeiro a outubro de 2024), foram 882 atendimentos. Durante o período mais quente do ano, a média foi de seis atendimentos por dia. Os dados foram apurados pela Superintendência de Vigilância em Saúde (SVS/SMS) a partir de notificações das redes de Urgência e Emergência (hospitais, UPAs e CERs) e de Atenção Primária (centros municipais de saúde e clínicas da família).
O alerta vale especialmente para crianças, idosos e gestantes, que são mais vulneráveis aos efeitos da exposição à luz solar e ao calor. A partir dos seis meses de idade, as crianças devem usar filtro solar todo dia, preferencialmente filtros físicos, além de roupas e acessórios com proteção UV. Bebês menores de seis meses não devem ser expostos diretamente ao sol. Já as gestantes precisam intensificar os cuidados, pois apresentam maior risco de desenvolver manchas na pele.
Outro ponto fundamental para manter a saúde da pele é a hidratação, que influencia diretamente a função de barreira da pele, principalmente no caso dos grupos mais vulneráveis. A recomendação é caprichar na ingestão de água ao longo do dia e utilizar hidratantes corporais, especialmente após o banho, o que ajuda a prevenir o ressecamento e outras irritações comuns nesta época do ano.
Quando procurar atendimento?
As especialistas também orientam a ficar atento a sinais que merecem avaliação médica, como feridas que não cicatrizam, manchas ou pintas que coçam, sangram ou mudam de aparência, além do surgimento de lesões novas ou de crescimento rápido. Nessas situações, é fundamental procurar uma unidade de saúde para avaliação especializada.
A rede municipal de saúde oferece serviço de atendimento especializado em dermatologia, com encaminhamento pelas unidades de Atenção Primária, e, em caso de necessidade, atendimento de urgência e emergência nos hospitais, UPAs e CERs. Para encontrar a sua unidade de Atenção Primária de referência, basta acessar a página “Onde Ser Atendido”, no portal da Secretaria Municipal de Saúde: prefeitura.rio/ondeseratendido.


