Crianças e adolescentes em vulnerabilidade social, atendidos pelo projeto Pontes Para o Futuro, da Secretaria Municipal de Assistência Social (SMAS), estão virando frequentadores assíduos dos museus da cidade. No dia 3 de dezembro, um grupo da Unidade de Reinserção Social (URS) Dom Helder Câmara, no Estácio, visitou o Museu Histórico Nacional (MHN), no Centro, onde a atração principal foi a exposição “Para além da escravidão: construindo a liberdade negra no mundo”. No último fim de semana de novembro, dias 29 e 30, a vez tinha sido de 34 acolhidos das URS Paulo Freire, em Campo Grande; Bia Bedran, em Laranjeiras; e Taiguara, no Méier. Eles conheceram o Museu do Amanhã, na Praça Mauá.
– Acreditamos no acesso à arte e à cultura como ferramentas de transformação social. Cada momento desses é pensado para abrir portas, estimular a imaginação e fortalecer laços de pertencimento e inclusão – disse o coordenador do projeto, Guilherme Augusto Nanni.
No MHN, além da exposição – que conta com cerca de 100 objetos, 250 imagens e dez filmes -, os meninos participaram de atividades educativas sobre os mais de três séculos de escravidão e a resistência negra ao longo da história. No Museu do Amanhã, as atividades foram Rolê Steam (jogo pedagógico), Amanhã de Histórias (contação de histórias) e a visita à exposição “Do Cosmos a Nós”, que conta uma narrativa multimídia estruturada em cinco grandes momentos (Cosmos, Terra, Antropoceno, Amanhãs e Nós) em busca de perguntas que a humanidade sempre se fez: “De onde viemos? Quem somos? Onde estamos? Para onde vamos? Como queremos ir?”
– Essas ações funcionam como aquecimento das turbinas para as férias escolares que o Pontes Para o Futuro prepara com carinho: serão dias de descanso, brincadeiras e descobertas pensados com amor – declarou Guilherme.
O Pontes para o Futuro leva acolhidos da rede da SMAS a museus, estádios de futebol, pontos turísticos e atividades culturais. O projeto oferece a esses acolhidos oportunidade de pertencimento e aprendizagem, com o objetivo de fortalecer a autoestima e a confiança de cada um, com visitas a locais que, na maioria das vezes, acabam sendo inacessíveis a esse público.
As crianças e os adolescentes acolhidos em URSs tiveram o acolhimento determinado por decisão judicial, por terem sido vítimas de violação de direitos (negligência, abandono e violência física, psicológica ou sexual) e não poderem permanecer com suas famílias de origem.
