As escolas da Rede Municipal de Ensino (Reme), em Campo Grande, foram palco de encantamento e descoberta nesta semana com a passagem do projeto Música Erudita nas Escolas. As apresentações e oficinas realizadas na segunda (20) e nesta terça-feira (21) levaram aos estudantes a experiência única de assistir a concertos de música clássica ao vivo — muitos deles pela primeira vez.
A iniciativa é viabilizada por meio de recursos da Política Nacional Aldir Blanc (PNAB), do Governo Federal, com execução da Prefeitura Municipal de Campo Grande, por meio da Fundação Municipal de Cultura (Fundac). O projeto reforça o compromisso da administração pública com a valorização da cultura e da educação, promovendo o acesso democrático à arte e ao conhecimento nas escolas.
Nesta edição, o trio Opus Vivare — formado pelo violonista Evandro Dotto, pela soprano Bianca Danzi e pelo violinista Gabriel Almeida, conduziu os concertos e as oficinas em duas unidades da Reme: na Escola Municipal José de Souza, no bairro Oliveira II, e na Escola Municipal Professora Maria Tereza Rodrigues, no Jardim Santa Emília.
O repertório incluiu obras que atravessam séculos de história da música, desde o barroco até o romantismo, além de peças contemporâneas. Com interpretações sensíveis e explicações sobre os estilos e instrumentos, o grupo despertou um novo olhar nos alunos para a música erudita, muitas vezes ausente do cotidiano escolar.
Idealizador do projeto, o violonista Evandro Dotto destaca a importância de levar a música clássica para espaços educativos. “As crianças e os adolescentes de hoje quase não têm acesso a essa cultura, que acabou se tornando algo muito seleto. Então, o projeto tem uma função importante de apresentar a música erudita e mostrar a riqueza e variedade que ela tem. É uma música milenar, que sobrevive até hoje, e merece ser conhecida”, afirma.
Além de ampliar o repertório cultural dos estudantes, o projeto atua também como ação simbólica de pertencimento e inclusão. “O fato de levarmos o concerto até as escolas, muitas vezes em bairros periféricos ou em cidades do interior, tem um valor simbólico muito forte. Democratiza o acesso e mostra para os estudantes que essa cultura também pertence a eles”, completa Dotto.
Segundo o músico, a experiência ao vivo tem um impacto especial no público jovem. “Mesmo quem nunca ouviu música clássica se emociona ao ver de perto um violino, uma cantora lírica interpretando obras de compositores românticos. Às vezes o encantamento vem só pela técnica e pela emoção que os músicos transmitem”, destaca.
O projeto também busca fortalecer a cena da música erudita em Mato Grosso do Sul, ainda em formação. “Temos bons músicos, mas ainda poucos espaços e concertos. Projetos como este ajudam a criar tanto um público quanto um ambiente mais fértil para a música erudita se desenvolver”, finaliza Dotto.
#ParaTodosVerem As imagens mostram alunos e apresentações eruditas.