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Protagonismo estudantil em inovação, inclusão e sustentabilidade marca participação do IFSP na SNEPT – IFSP

Treze projetos do Instituto foram apresentados na 5ª Semana Nacional de Educação Profissional e Tecnológica

 
 
   

O Instituto Federal de São Paulo (IFSP) marcou presença na 5ª Semana Nacional de Educação Profissional e Tecnológica (SNEPT), realizada de 7 a 9 de outubro na Arena BRB Mané Garrincha, em Brasília (DF). Com um público de 30 mil visitantes, o evento reuniu 63 instituições e contou com a exposição de 1.434 projetos na Mostra Tecnológica.

Representado por estudantes e professores de sete campi, o IFSP levou 13 projetos que abordaram temas como robótica, inteligência artificial, tecnologias inclusivas, sustentabilidade, energia renovável e monitoramento ambiental. As iniciativas demonstraram o potencial da educação técnica para promover soluções inovadoras e de impacto social.

Com o tema “Juventudes que inovam, Brasil que avança”, a SNEPT teve como objetivo ampliar o reconhecimento da Educação Profissional e Tecnológica (EPT), promovendo a integração entre estudantes, profissionais e pesquisadores e é anualmente realizada pelo Ministério da Educação. A edição de 2025 foi feita em conjunto com o Festival Curicaca, voltado à inovação e sustentabilidade na indústria.

Como destacou o professor Edson Anício Duarte, do Campus Campinas do IFSP, a participação em mostras de projetos do ensino profissionalizante fortalece significativamente o currículo dos estudantes, pois permite transformar conteúdos aprendidos em sala de aula em soluções práticas e inovadoras. Neles, “os alunos desenvolvem competências valorizadas no mundo acadêmico e profissional, como comunicação, trabalho em equipe, pensamento crítico, criatividade e resolução de problemas” evidenciou.

Tecnologia contra a evasão escolar
Do Campus Salto, o estudante Thiago Rafael Gonçalves da Silva, do curso de Ciência da Computação, junto com uma equipe apresentou o projeto IFSPresente, que reaproveita TVBox descaracterizadas para criar um sistema de registro de presença por biometria, integrado ao Sistema Unificado da Administração Pública (SUAP). Ele auxilia o professor no processo de chamada, com um sistema computacional que controla, previne e detecta padrões de evasão escolar. 

Segundo Thiago, a ideia surgiu dentro do Projeto TVBox, voltado à transformação de aparelhos obsoletos em computadores de baixo custo. “Pensamos em fazer o registro utilizando sensores biométricos unidos às TVBox”, explicou. O projeto também responde a auditorias do TCU que apontaram dificuldades na obtenção de dados sobre evasão escolar na rede federal.

Entre os desafios enfrentados, Thiago destacou a qualidade dos sensores biométricos. “Descobrimos que existem sensores piratas que podem prejudicar a leitura das digitais. Já temos alunos trabalhando com modelos de redes neurais para corrigir isso”, disse. Para ele, a experiência na SNEPT foi enriquecedora. “Compartilhar essas experiências com pessoas do meio externo traz um campo de visão maior para diversos temas”.

Energia solar com baixo custo e alto impacto
Com o projeto “Design e protótipo de um simulador solar articulado portátil”, estudantes do Campus Guarulhos apresentaram um simulador solar articulado e portátil, construído quase inteiramente com sucata. “A gente só comprou o painel solar e as lâmpadas. O resto utilizamos todos os equipamentos que tínhamos no campus para transformar sucata em algo funcional”, contou Breno Cordeiro Doimo, integrante da equipe.

A proposta surgiu da necessidade de oferecer aulas de energia solar no período noturno, atendendo à demanda do curso técnico em energias renováveis. “Nosso campus é um dos sete centros de referência em energia solar. A ideia foi criar uma solução prática para ampliar o acesso ao conteúdo técnico”, explicou Breno, que cursa Engenharia de Controle e Automação.

Além da parte técnica, o estudante destacou o aprendizado em comunicação e trabalho em equipe. “O engenheiro precisa saber conversar com as pessoas, apresentar ideias, vender soluções. Essa experiência me ajuda muito nisso”, afirmou. Breno também valorizou a troca com outros campi, “é muito legal trocar ideia com campi diferentes, porque gera novos projetos e soluções conjuntas”.

O projeto chamou atenção de representantes do Conselho Federal Técnico (CFT), que divulgaram vídeos do simulador solar em suas redes sociais. “Eles gostaram demais da possibilidade de conseguir dar aulas sobre energia solar à noite com materiais reutilizados”, relatou Breno. O reconhecimento internacional também marcou a participação. “Recebemos elogios de representantes do Ministério da Educação do Uruguai e da indústria colombiana” disse o estudante.

Esse contato com profissionais e empresas tem papel muito importante para o futuro dos participantes, relembra o professor Edson. “Ao expor seus projetos para a comunidade escolar, empresas e instituições de ensino, ampliam sua rede de contatos e constroem um portfólio consistente, evidenciam suas habilidades técnicas e empreendedoras, se tornam mais preparados e competitivos para a continuidade dos estudos ou inserção no mercado de trabalho”.

Sustentabilidade na aquicultura
Entre três equipes do Campus Campinas, o projeto BlueClarity é voltado para o monitoramento remoto e análise inteligente de turbidez em fazendas marinhas. Como explicou o aluno do curso técnico integrado em Eletrônica, Miguel Costa Borges de Lima, “muitos aquicultores não possuem acesso a tecnologias acessíveis que indiquem, em tempo real, alterações nas condições da água”.

Utilizando sensores de turbidez, microcontroladores ESP32, comunicação LoRa e energia solar, o sistema envia dados para uma plataforma chamda ThingSpeak e permite a geração de mapas de turbidez. “Foi um desafio calibrar os sensores e integrar os módulos eletrônicos com o sistema de IA, mas cada dificuldade serviu de aprendizado”, disse Miguel.

Para ele, a participação na SNEPT foi transformadora. “Foi o momento em que percebi que posso seguir na área da pesquisa com confiança, superando meus receios e acreditando no potencial das minhas ideias”, afirmou. O projeto recebeu elogios de profissionais e pesquisadores, que destacaram a relevância social e o potencial de aplicação prática da solução, contou o aluno.

Juventude como agente de transformação
Os três estudantes destacaram o alinhamento de seus projetos com o tema do evento. “Nosso projeto estimula o protagonismo estudantil e o desenvolvimento de competências técnicas”, afirmou Thiago. No mesmo sentido, Miguel reforçou que “a juventude tem um papel fundamental nesse avanço; somos nós que estamos construindo o futuro com criatividade e propósito”. 

Além dos três projetos, também estiveram na SNEPT, representando o IFSP, os projetos: “SmartGuard: uma visão computacional 24h para proteger sua cidade”, “Grow Algae: inovação para monitoramento e estímulo da fotossíntese na algicultura marinha”, e “Braille para todos! Sistema microcontrolado para a alfabetização utilizando tato e audição”, do Campus Campinas; “CoMMSenso: conscientização, Mão na Massa e Sensores com a compostagem de resíduos orgânicos”, “CoPlateDB: plataforma aberta colaborativa para construção de BD de imagens de placas veiculares”, “Framework para criação de galeria virtual interativa como ferramenta no processo ensino-aprendizagem”, do Campus Birigui; “Tatu Baja: engenharia que sai do papel e enfrenta o terreno” e “Foguetes do IFSP Sertãozinho na Missão SRT1”, do Campus Sertãozinho; “Sancabots ao Resgate”, do Campus São Carlos; e “Aprendizado interativo de Libras no contexto da SNEPT com os estudantes surdos do IFSP”, do Campus Boituva.

A SNEPT foi realizada em conjunto com o Festival Internacional de Inovação e Sustentabilidade da Indústria – Curicaca, promovido pela Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), ampliando o intercâmbio entre educação técnica e setor produtivo. Para os estudantes do IFSP, a experiência foi marcada por aprendizado, reconhecimento e a certeza de que a juventude tem muito a contribuir para o avanço do Brasil.

Confira as fotos

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