Riedel defende que a tecnologia é essencial para um Estado mais eficiente; apreciação da reforma administrativa pelo Congresso Nacional é outro ponto crucial para fortalecer as gestões públicas
Lideranças nacionais reunidas para discutir diversos temas relacionados à gestão pública e estratégias para aumentar a eficiência dos estados. Foi nesse cenário, durante o Encontro de Líderes Comunitas 2025, realizado nesta sexta-feira (26) em São Paulo (SP), que o governador Eduardo Riedel apresentou os principais pontos que norteiam o trabalho contínuo do Governo de Mato Grosso do Sul para tornar cada vez mais produtiva administração estadual, com resultados além dos números e que influenciem positivamente a vida dos sul-mato-grossenses.
Ao lado dos governadores Eduardo Leite e Mauro Mendes (Rio Grande do Sul e Mato Grosso, respectivamente) e dos prefeitos João Campos e Ricardo Nunes (Recife e São Paulo, respectivamente), além do deputado federal pelo Rio de Janeiro, Pedro Paulo Teixeira, Riedel mostrou as ferramentas de gestão que colocaram Mato Grosso do Sul em posição estável fiscal e economicamente, com plena capacidade para investimentir em áreas estratégicas para o desenvolvimento regional, como infraestrutura, educação e qualificação profissional.
“Quando assumimos, a primeira medida foi elaborar um plano muito focado nas necessidades reais das pessoas. É fácil se perder na administração pública sem foco. Por isso, fizemos um planejamento estratégico que se desdobra em contratos de gestão, com forte uso da tecnologia. Em 2020, Mato Grosso do Sul ocupava a 21ª posição no ranking nacional de serviços digitais. Hoje estamos em 9º lugar. E essa evolução aconteceu em pouquíssimo tempo, justamente porque estabelecemos foco e liderança”, frisou o governador.
Riedel contou ainda como a tecnologia tem um papel central no Estado e foi uma aliada para implementar diversas inovações na gestão, aumentando consideravelmente a eficiência em todas as áreas e no atendimento ao cidadão como um todo, oferecendo soluções proativas e de fácil e amplo acesso, além de abrir um leque aos próprios gestores para encontrar soluções aos problemas que persistem ou surgem no decorrer do trabalho.
“Para viabilizar essa transformação, foi necessário estruturar o Estado de forma compatível com sua vasta extensão territorial e número de municípios. Nesse processo, uma Parceria Público-Privada (PPP) de fibra ótica foi essencial para a construção de uma infraestrutura digital robusta, conectando todos os municípios com alta capacidade de redundância. A rede alcança 1.517 prédios públicos, incluindo escolas, órgãos de segurança e unidades de saúde”, destaca o governador ao citar a Infovia Digital como um exemplo de tecnologia fortaleceu a gestão.
Ainda segundo o chefe do Executivo sul-mato-grossense, a base tecnológica implantada no Estado permitiu, por exemplo, avanços na educação com maior interação escolar, na saúde através da telemedicina, na segurança com ampliação da inteligência, e na assistência social.
“Houve redução de 60% no volume dos programas sociais do Estado. Houve um desenvolvimento social aí, mas essa diminuição também é fruto da aplicação de tecnologia e do trabalho de campo, que permitiu identificar e corrigir usos indevidos, sem comprometer o bem-estar da população. Mato Grosso do Sul segue como o estado com o menor índice de pobreza extrema do país e estabeleceu como meta erradicar totalmente essa condição nos próximos dois anos”, explicou Riedel, que completou em seguida a fala durante o debate.
“Esse avanço será sustentado pelo crescimento econômico, pela expansão da educação e pela competição saudável no ensino em tempo integral, reforçada pela inserção da escola em ambiente digital”, conclui o governador, afirmando no final que as mudanças proporcionadas pelos processos de transformação digital são irreversíveis.
Reforna administrativa é crucial
Fora o apresentado para tornar a administração pública de Mato Grosso do Sul mais eficiente e, consequentemente, o Estado como um todo, outra tema debatido por Riedel com os demais líderes na roda de conversa nomeada ‘Eficiência do Estado e Democracia’ foi a necessidade de uma reforma administrativa para proporcionar justamente mais eficiência ao Estado.
“O País precisa de uma agenda mais estruturada e direcionada para se tornar mais competitivo. Considero prioridade para o País a eficiência e precisamos rapidamente de uma reforma administrativa. Vejo a responsabilidade de líderes como o deputado Pedro Paulo na condução da reforma administrativa. O presidente Hugo [Motta, presidente da Câmara dos Deputados] deixou claro que a agenda do Congresso Nacional não se resume ao que vemos todos os dias. Há uma agenda pelo Brasil que precisa ser valorizada”, opina Riedel.
O governador ainda destaca não ter dúvidas de que a reforma administrativa oferecerá o arcabouço legal necessário para impulsionar uma transformação nas relações entre o setor público e seus servidores. “Essas relações, claro, devem ser sempre pautadas pelo respeito, mas que precisam, de forma urgente, serem modernizadas”.
Outro que apontou para o mesmo sentido foi o governador mato-grossense Mauro Mendes, pontuado que a ineficiência pública é um dos mais graves problemas do Brasil, custando caro para o Poder Público e consequentemente para os cidadãos, algo que revela uma grande relevância da missão da reforma administrativa. “Não seremos um país de primeiro mundo se não mudarmos a qualidade da gestão pública no Brasil”, comentou.
Já o prefeito paulistano Ricardo Nunes trouxe experiências na montagem do secretariado para a maior cidade brasileira e também da América do Sul, e citou avanços que a busca por eficiência trouxe na telemedicina – que derrubou as mortes por infarto de 30% para 4% do total de óbitos nos hospitais – e os benefícios que as PPPs (Parcerias Público-privadas) de R$ 13 bilhões geraram.
Quanto ao andamento da reforma administrativa, o deputado federal Pedro Paulo, que é relator da reforma administrativa no Congresso, revelou que a pauta é prioridade do presidente da Câmara, Hugo Motta, já que a mesma vai fazer com que o Estado tenha um olhar para resultados, entregando mais serviços em sintonia com a população.
A reforma deve ser ampla, segundo Pedro Paulo, e já conta com mais de 70 propostas, divididas em quatro eixos: Planejamento Estratégico; Obrigatoriedade dos contratos de gestão com possibilidade de pagamento de um bônus de desempenho institucional; Transformação digital como promoção da inovação pela administração pública; e Avaliação de desempenho.
Por fim, Pedro Paulo Teixeira explicou que a reforma administrativa também deve chegar aos cartórios, revelando que 40% dos preços dos emolumentos atualmente são considerados ‘penduricalhos’. O coração da reforma é atacar a baixa produtividade do serviço público”, finalizou o deputado federal que relata a proposta em Brasília.
Nyelder Rodrigues e Alexandre Gonzaga, Comunicação Governo de MS
Fotos: Bruno Chaves/Secom
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