ENTRETENIMENTO

Depois de 10 anos, capitão do Atlântico relembra bastidores do título mundial – LNF

• Erechim | RS

 
 
   

Keké ergueu a taça da Copa Intercontinental no Caldeirão do Galo. | Foto: Edson Castro

Na tarde de 5 de setembro de 2015, o Atlântico pintava o mundo de verde, branco e vermelho ao sagrar-se campeão da Copa Intercontinental ao vencer o Karait, do Cazaquistão. 10 anos depois do título, o capitão da equipe na época revelou bastidores inéditos da maior conquista da história do time gaúcho.

Disputar o mundial foi uma verdadeira missão para Keké, ex-pivô do Atlântico e atualmente treinador do Santa Rosa Futsal. Dias antes do início da competição, o jogador rompeu parcialmente o tendão de Aquiles e virou dúvida para os jogos. No entanto, o espírito de liderança fez com que o capitão fosse para o sacrifício.

— Tivemos uma reunião antes do início do campeonato e decidimos que eu seria inscrito, mas que o treinador iria me colocar somente se precisasse. Eu fiz um tratamento e sabia que conseguiria ajudar alguns minutos, só não sabia que iria acabar entrando em vários jogos, fazendo cinco gols e sendo o artilheiro da equipe — relembra Keké.

De dúvida à herói

Depois de uma classificação emocionante para a final, a conquista do título não poderia ser diferente. Em um jogo de muitas reviravoltas contra o Kairat, Keké foi responsável por fazer o gol que encaminhou a decisão para a prorrogação.

Foi uma discussão com um companheiro de equipe, no entanto, que motivou Keké a entrar em quadra pela primeira vez naquela tarde.

— Estava no segundo tempo e eu ainda não tinha entrado em quadra. Um atleta, que é meu amigo pessoal, acabou discutindo com o nosso treinador e eu fui defender ele. Um outro companheiro, que estava em quadra, debochou e disse “você está aí de fora, nem jogou e quer falar”. Eu entendo que são coisas de jogo, mas isso fez com que eu pedisse para o Mussalém me colocar para jogar. Logo nos primeiros toques na bola eu fui coroado com um gol, que já havia estudado muito. O goleiro adversário tinha uma falha, que era ficar bem na linha do gol, e eu já tinha combinado com o Café para ele chutar em minha direção e eu desviar — relembrou Keké.

Na história

No tempo extra as duas equipes foram cautelosas e parecia que a decisão por pênaltis seria inevitável, até Everton brilhar. Restando 18 segundos para o término da prorrogação, o ala arriscou um chute cruzado, certeiro, de longe, para sagrar o Atlântico campeão mundial de 2015.

— O Kairat tinha um time de seleção e isso engrandeceu a nossa conquista. Eu me superei mesmo com a lesão, o Everton brilhou em uma jogada individual, o Renan, nosso goleiro, defendeu muito também. Foi um ciclo longo, que iniciou com o troféu estadual, passou pelos títulos da Taça Brasil e da Libertadores até chegar ao do Mundial, que sem dúvidas é o maior da minha carreira e do Atlântico — finalizou.