O Parque Estadual da Serra do Brigadeiro, localizado na Zona da Mata mineira, recebeu nesta sexta-feira (11/7) a visita de uma comitiva da Universidade Federal de Viçosa (UFV). O encontro teve como objetivo fortalecer a parceria entre o meio acadêmico e o Instituto Estadual de Florestas (IEF), gestor da unidade de conservação, para ampliar as ações de pesquisa científica e projetos conjuntos voltados à sustentabilidade e preservação ambiental.
A visita faz parte do Acordo de Cooperação Técnica intitulado “Agricultura sustentável no entorno da Serra do Brigadeiro”, firmado entre a UFV e o IEF. A iniciativa visa fomentar estudos aplicados à conservação da biodiversidade e ao desenvolvimento sustentável no entorno do Parque.
Durante a atividade, os pesquisadores da UFV conheceram melhor a infraestrutura do Parque e apresentaram projetos em andamento nas áreas de agricultura sustentável, mudanças climáticas, biologia vegetal e insetos aquáticos. O evento contou com a participação de 24 coordenadores de programas de pós-graduação da UFV, abrangendo diferentes áreas do conhecimento como engenharias, física, ciência da computação e educação física.
Segundo o supervisor da Unidade Regional de Florestas e Biodiversidade (URFBio) do IEF na Zona da Mata, Dalyson Figueiredo Soares Cunha, a expectativa é que o acordo fortaleça ainda mais os vínculos entre a pesquisa científica e a conservação ambiental. “O interesse do IEF é incrementar a parceria com a academia, aumentando o número de pesquisas e contribuindo com soluções para a biodiversidade e o entorno do parque”, afirmou.
O Pró-Reitor de Pesquisa e Pós-Graduação da UFV, Raul Narciso Carvalho Guedes, também destacou a importância da articulação institucional: “Já existem diversas iniciativas envolvendo grupos da UFV com o Parque. A proposta agora é ampliar esse alcance, envolvendo mais cursos e promovendo ações interdisciplinares e sustentáveis”.
Refúgio da biodiversidade
Situado no extremo norte da Serra da Mantiqueira, o Parque Estadual da Serra do Brigadeiro é considerado um dos mais importantes remanescentes da Mata Atlântica de encosta em Minas Gerais. A área abriga também campos de altitude e é considerada um verdadeiro paraíso botânico, com diversas espécies raras e ainda não catalogadas pela ciência.
Além de sua rica biodiversidade, o Parque é berço de importantes nascentes que abastecem duas grandes bacias hidrográficas do estado: a do Rio Doce e a do Paraíba do Sul. Sua conservação é estratégica não apenas para a fauna e flora locais, mas também para a segurança hídrica de milhares de pessoas.
A iniciativa reforça o papel das unidades de conservação como espaços de pesquisa, ensino e extensão, aproximando a ciência da prática e promovendo soluções para os desafios ambientais do presente e do futuro.