A equipe do Banco de Leite Humano da Maternidade Odete Valadares (BLH/MOV) promoveu nessa segunda-feira (19/5) um encontro entre doadoras, mães de bebês prematuros (receptores) e especialistas para marcar uma data comemorada todos os anos: o Dia Mundial de Doação de Leite Humano (19 de maio).
Único e valioso alimento para os bebês prematuros, o leite humano doado passa por análise e pasteurização no BLH, sendo direcionado de acordo com as necessidades de cada um deles. A equipe orienta as candidatas a doação, planeja a logística para buscar os potinhos (coletados em casa), procede os exames necessários e disponibiliza o alimento para as UTI Neonatais.
“Cada bebê recebe o leite conforme precisa, com a quantidade de calorias e nutrientes indicada. São vários ‘leites’ e todos têm seu valor”, explica a coordenadora do BLH, Karine Antunes. Apenas 1ml de leite é capaz de nutrir um bebê prematuro, em cada “refeição”, de acordo com seu peso.
Com diversos momentos de homenagens às mães e à equipe, a programação do evento também trouxe apresentações técnicas, proporcionou a troca de experiências e esclareceu várias dúvidas dos participantes. A primeira palestra foi da bioquímica Juliana Molica, que falou sobre “O caminho do leite doado”. A neonatologista Raquel Aparecida Lima de Paula, da Maternidade Sofia Feldman, abordou o tema “Aleitamento materno e programação metabólica – impacto na prevenção de condições crônicas de saúde”.
A mesa de abertura contou com as presenças de representantes da direção da Maternidade Odete Valadares e da vice-presidente da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig), Patrícia Albergaria.
Abaixo do ideal
A doação de leite oscila durante o ano, tendendo a diminuir em períodos de férias (e feriados). Hoje, o BLH opera com 30% a menos do número ideal de doadoras cadastradas, o que já limita a sua atuação enquanto referência estadual. Por isso, a campanha é permanente para incentivar cada vez mais as doações.
O Banco de Leite Humano da Maternidade Odete Valadares é referência na promoção, proteção e apoio ao aleitamento materno. A unidade atende cerca de 100 bebês por mês, internados na MOV e em outros hospitais parceiros em todo o estado.
Com quase quatro décadas de atuação, é ainda responsável por coordenar os cursos de manejo clínico do aleitamento materno e pela assessoria técnica aos demais bancos de leite e postos de coleta do estado.
Além da coleta, processamento, controle de qualidade e distribuição de leite humano pasteurizado, o BLH também oferece atendimento pediátrico, psicológico e nutricional às mães e bebês atendidos. Mulheres com dificuldades para amamentar podem procurar gratuitamente o serviço, que fornece orientações sobre aleitamento e cuidados com a mama.
No início de maio, o BLH/ MOV conquistou um feito inédito em Minas Gerais: tornou-se o primeiro do estado a ser reconhecido pelo Programa de Certificação Fiocruz de Bancos de Leite Humano (PCFioBLH).
Como doar
A mãe que possui excedente de leite e que deseja se cadastrar deve estar em boas condições de saúde, não estar tomando alguns medicamentos contraindicados, entre outros critérios definidos pela legislação. O cadastro pode ser feito por meio do Portal MG e do aplicativo MG App ou pelo telefone (31) 3298-6008.