Para alguém que passou a vida inteira envolvido no futsal, não é surpresa que Luis Estrella esteja um tanto otimista sobre o que vai acontecer no final deste ano nas Filipinas. Cerca de três décadas e meia depois de os homens terem ganhado destaque na Holanda, a balança se equilibra com a chegada da primeira edição da Copa do Mundo Feminina de Futsal da FIFA™. E Estrella está ansioso para fazer parte deste momento decisivo à frente de uma seleção indonésia em rápido desenvolvimento.
Este é um momento importantíssimo, pois marca a unificação do esporte. É uma validação do futsal feminino e finalmente estamos aqui, com a primeira Copa do Mundo.
“Muitas pessoas trabalharam duro para chegar a este momento e já sabemos que a qualidade está lá. Basta olhar para países como Japão, Espanha, Portugal, Brasil e outros. Então, não há dúvida de que esta será uma competição realmente acirrada e é muito importante para o nosso esporte ver este momento chegar.”
Entre esses pesos pesados, Estrella espera, estará a Indonésia. A quarta nação mais populosa do mundo é um vasto arquipélago que se estende até o extremo sul das Filipinas, país-sede da inovadora primeira edição da Copa do Mundo Feminina de Futsal.
É também uma terra que compartilha uma profunda paixão pelo esporte e que Estrella está convencido de que tem qualidade para ter sucesso na próxima Copa Asiática de Futsal Feminino da AFC e garantir uma vaga para a final mundial, como ele explicou à FIFA .
Acredito que temos uma grande chance de escrever um novo capítulo na história do futsal feminino na Indonésia e estou totalmente focada nisso. Tudo o que fazemos visa atingir esse objetivo, ajudando a ensinar às jogadoras passos práticos dentro e fora de campo em termos de qualidades técnicas e táticas, bem como descanso e alimentação.
“Tecnicamente, os jogadores têm muita qualidade e entendem o jogo, mas também têm muito espaço para melhorar e estão adquirindo esse conhecimento muito rapidamente.
“Agora eles estão começando a entender as diferentes fases da partida e acho que temos uma grande capacidade de jogar um estilo moderno de futsal, com boas qualidades técnicas e organização defensiva, mas também uma vontade de ir direto ao gol.”
Tendo estabelecido suas credenciais primeiramente como jogador da seleção portuguesa, depois como administrador e treinador do peso-pesado europeu SL Benfica — além de ter escrito um livro sobre o esporte — Estrella é uma das vozes mais respeitadas do futsal em sua terra natal.
Agora, ele desembarcou na Ásia para sua primeira aventura no exterior e está animado por ter a chance de descobrir o enorme potencial da Indonésia, com o país pronto para enfrentar Japão, Tailândia e Bahrein na fase de grupos da Copa Asiática de 12 nações no mês que vem.
Apenas três equipes avançarão para se juntar aos anfitriões nas Filipinas 2025, mas Estrella está certo de que a Indonésia será uma delas, sinalizando o início do que muitos no país esperam ser uma nova era para o futsal, tanto no nível masculino quanto no feminino.
“Tenho tido uma colaboração muito próxima com Hector Solo, o técnico principal da seleção masculina de futsal da Indonésia”, explicou Estrella. “Temos trabalhado para um desenvolvimento unificado e estratégico do futsal na Indonésia, com o objetivo comum de levar o país ao próximo nível e fortalecer a conexão entre as seleções masculina e feminina.”
Para a Copa da Ásia, também temos um objetivo muito claro, e não vamos nos esquivar dele: estar na Copa do Mundo. É claro que todas as 12 seleções querem estar na Copa do Mundo e sabemos que nosso grupo é difícil, mas não temos medo desse desafio.
“Queremos jogar cada partida como uma final, mostrar a qualidade do nosso futsal e lutar para avançar na fase de grupos, e não mudaremos nossa abordagem de jogo para jogo. Não queremos apenas vencer, mas jogaremos para vencer.”
