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Livro reúne crítica de cinema que Linduarte Noronha fez a partir dos anos 1950

Foto/Reprodução..

Linduarte Noronha ficou nacionalmente – e até internacionalmente – conhecido a partir de 1960. O que o projetou foi a realização do documentário de curta-metragem Aruanda. Por causa do filme, Glauber Rocha mais tarde o chamou de “Santo Linduarte”.

Aruanda é um pequeno grande filme. Pequeno porque dura apenas 20 minutos. Grande pelo seu conteúdo e pela forma com que se debruça sobre o cotidiano dos moradores da comunidade de Serra do Talhado, no interior da Paraíba.

 
 
   

Vidas Secas, de Nelson Pereira dos Santos, é de 1963. Deus e o Diabo na Terra do Sol, de Glauber Rocha, é de 1964. Os dois são filmes inaugurais do Cinema Novo brasileiro. Aruanda é precursor do movimento que deu prestígio mundial à nossa produção.

O que Glauber Rocha – e muitos outros cineastas e críticos – enxergou no filme de Linduarte Noronha para identificá-lo como precursor de Cinema Novo foi a sua estética, o modo com que Aruanda retrata a miséria e os impasses do povo brasileiro.

Linduarte Noronha é sempre lembrado pela realização de Aruanda, mas há outra coisa muito importante no vínculo dele com o cinema que é o exercício da crítica em João Pessoa a partir da década de 1950 – um capítulo agora redescoberto por um livro.

O livro se chama Luz, Cinefilia… Crítica! – Arqueologia e memória do crítico Linduarte Noronha e reúne textos publicados pelo jornal A União na décadas de 1950 e 1960. A organização é do professor da UFPB e diretor do Fest Aruanda Lúcio Vilar.

Além das críticas assinadas por Linduarte Noronha, o livro traz textos de críticos e estudiosos do cinema. Editado por A União, Luz, Cinefilia… Crítica! soma-se aos esforços de resgate da crítica de cinema produzida na Paraíba a partir dos anos 1950.

Luz, Cinefilia… Crítica! – Arqueologia e memória do crítico Linduarte Noronha terá dois lançamentos em dezembro. Primeiro, no Festival de Brasília do Cinema Brasileiro. Em seguida, na edição 2024 do Fest Aruanda, em João Pessoa.