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Apoio a Queiroga é simples para Ruy, mas péssima ideia para Veneziano e o MDB

O deputado federal Ruy Carneiro (Podemos) e sua vice, Amanda CSI (MDB), anunciaram hoje que irão apoiar, no segundo turno em João Pessoa, a candidatura do médico e ex-ministro Marcelo Queiroga, do PL. A decisão já era esperada.

A história da campanha no primeiro turno não deixaria possibilidade, para Ruy, de seguir um outro caminho. Dos opositores, ele foi o mais duro nas críticas ao prefeito Cícero Lucena (Progressistas) – candidato à reeleição.

 
 
   

Do ponto de vista do perfil do eleitorado de Ruy, também não há grandes obstáculos. Assim como também será natural se o União Brasil, do senador Efraim Filho, e o PSDB, de Pedro Cunha Lima, anunciarem apoio ao bolsonarista na Capital.

Mas no arco de alianças de Ruy, no primeiro turno, há um personagem para quem esse apoio não seria simples. Aliás, se acontecer, será um péssimo negócio. Falo do senador Veneziano Vital e do MDB.

É que se por um lado ele tem dificuldade em ir para o palanque de Cícero, já que na geopolítica estadual o MDB está posicionado na oposição a João Azevêdo (PSB) e o governador é um dos principais aliados do gestor; por outro, incorporar uma bandeira bolsonarista na Capital do Estado é algo que, a médio prazo, pode provocar muitas dores de cabeça e desgaste.

É que Veneziano é aliado histórico do presidente Lula (PT). Aliás, foi apoiado pelo petista como candidato dele ao Governo do Estado em 2022.

Explicar que, após dois anos, o senador passaria de candidato de Lula na Paraíba para apoiador de um projeto bolsonarista em João Pessoa não é das tarefas mais fáceis. Não há ‘malabarismo’ discursivo que justifique essa nova rota.

Além disso, Veneziano tem hoje trânsito livre no Governo Federal e como meta ter as bençãos de Lula, também, para disputar a reeleição para o Senado em 2026.

O emedebista está, em resumo, entre a cruz e a espada. A neutralidade, talvez, seja o único caminho possível.