O treinador da Seleção Brasileira de Futsal, Marquinhos Xavier, resumiu em uma palavra o sucesso da campanha histórica do Brasil na conquista da Copa do Mundo do Uzbequistão: “união”. Logo após a vitória diante dos argentinos por 2 a 1 neste domingo (6), Marquinhos dediciou o título ao ex-técnico Fernando Ferretti, morto no ano passado, aos seus familiares e a toda a comunidade do futsal.
“União foi a tônica dessa Seleção que levou nossa bandeira para o lugar mais alto. do mundo novamente. Antes da final eu já me sentia campeão com o meu grupo, porque a gente conseguiu fazer muita coisa. Esse título aqui é em memória para o meu grande mestre Fernando Ferretti (ex-técnico da Seleção Brasileira e ícone do futsal), minha família e para toda a comunidade do futsal”, afirmou o treinador.
“A gente veio aqui para plantar palavras de otimismo, aproximar o nosso povo. Fomos hexacampeões no beach soccer, agora hexa no futsal também e vamos ajudar o futebol com mais otimismo. Vamos voltar a ser um povo unido, porque aqui fora as pessoas respeitam muito a gente”, acrescentou.
Investimento recorde
Marquinhos destacou o investimento feito pela CBF para a conquista do hexacampeonato mundial. Ele agradeceu ao presidente da entidade, Ednaldo Rodrigues, pela confiança e pelas condições oferecidas.
Desde o início da gestão de Ednaldo Rodrigues, o futsal teve um crescimento de investimento, em um ritmo exponencial ao longo dos últimos anos. A parceria começou em agosto de 2021, mês que Ednaldo assumiu o comando interino da entidade.
A CBF virou a gestora da Seleção. Desde então, a Amarelinha fez mais de 100 jogos, somando as equipes principais e de base masculinas e femininas.
“A relação sempre foi muito legal e direta, desde quando chegamos à CBF. O presidente Ednaldo sempre sinalizou positivamente para o apoio, e nós conseguimos operacionalizar todas as datas que tínhamos no planejamento”, disse o treinador, que foi o primeiro profissional de futsal contratado pela CBF.
“Sempre que a gente necessitou do apoio dele, o presidente foi muito próximo e entendeu a necessidade de nos dar esse apoio. Não tenho dúvida nenhuma de que tudo isso auxiliou para que a gente conseguisse fazer uma campanha tão bacana e brigar pelo título”, acrescentou o técnico.
Para o Mundial, a delegação fez a mais longa preparação da história. Na reta final, os convocados ficaram treinando em Teresópolis, Nova Friburgo e Rio de Janeiro antes de embarcar para o país do Mundial.
A Seleção foi a primeira a chegar no Uzbequistão. O desembarque se deu no dia 4, antes de todas as demais delegações. Já no país-sede da Copa do Mundo, a Amarelinha venceu dois amistosos com os donos da casa por 9 a 2 e 5 a 2. Os dez dias antes da estreia no Mundial foram importantes para a adaptação, segundo Marquinhos Xavier.
“Foram dez dias que a gente teve para adaptação a um fuso horário muito longo. Isso facilitou bastante a adaptação dos atletas, toda essa estrutura foi planejada com bastante antecedência e facilitou muito nosso caminho”, enalteceu.
Brasil campeão invicto
Na Copa do Mundo, a Amarelinha foi dominante na primeira fase, aplicando três goleadas: 10 x 0 Cuba, 8 x 1 Croácia e 9 x 1 Tailândia. Nas oitavas de final, eliminou a Costa Rica por 5 a 0. Passou também pelo Marrocos por 3 a 1, nas quartas, e pela Ucrânia por 3 a 2, na semifinal, além da vitória diante dos argentinos na decisão por 2 a 1. Ao todo, nos sete duelos, marcou 40 gols e sofreu seis.
No ciclo até a Copa do Mundo, a Amarelinha não deixou de ser vencedora. Conquistou seis títulos: em 2022, o Torneio Internacional de Toulon; em 2023, a Copa das Nações e a Conmebol Liga Sul-Americana edição 2019 e a Conmebol Liga Evolução edição 2023 – Zona Norte; e em 2024, a Conmebol Liga Evolución edição 2023 e a Copa América.
Agora hexacampeão, Marquinhos Xavier enalteceu a importância que o futsal tem dentro do cenário esportivo do Brasil, tocando até em questões sociais, e a valorização de que a modalidade e o Beach Soccer dispõem dentro da CBF.
“Demonstra que o futsal é uma modalidade muito importante no nosso país. Todo esse apoio e reconhecimento que recebemos da CBF, a gente devolveu na imagem, na repercussão positiva que a modalidade traz e que está muito presente em muitos projetos sociais, em ONGs. A gente atinge desde as crianças até o alto rendimento”, afirmou.
“A relação de respeito dentro da confederação foi fundamental. A CBF entendeu que o Futebol tem o seu espaço, que o Futsal tem o seu espaço, que o Beach Soccer tem o seu espaço, e todos com um potencial enorme para crescer. Foi isso que a gente sentiu, e a gente agradece muito o apoio do presidente por sempre nos ofertar o melhor possível”, concluiu.