O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) autorizou o envio de apoio de tropas federais para a garantia da segurança no município de Itabaiana nas Eleições 2024.
A preocupação é com o aliciamento violento de candidatos ligados a facções que comandam o tráfico de drogas na região.
O Jornal da Paraíba teve acesso com exclusividade aos autos do processo, que ainda tramita em segredo de justiça. A reportagem tentou falar com a defesa dos citados, mas não conseguiu.
A investigação aponta que a candidatura a prefeito de Cláudio Neto (Republicanos) e de seu vice, Suelyo Rogério (PSB), além da candidatura de de Samara Marinho (PSB), ao cargo de vereadora, teriam o apoio ostensivo de integrantes do crime organizado que atuam em áreas carentes da cidade.
De acordo com a investigação, o parentesco e a estrita relação dos candidatos a majoritária e proporcional com pessoas ligadas ao crime pode interferir no resultado da eleição.
Isso porque, segundo a investigação, moradores estão sendo coagidos por integrantes de facção para manter o apoio as candidaturas do prefeito e vice e da vereadora.
Acordo político com facções
Conforme as investigações da Polícia, anexadas ao processo, houve um acordo político de transferência de base eleitoral em troca de apoio da facção à campanha majoritária.
Segundo a polícia, há relatos de ameaças. “As pessoas cedem e são, inclusive, obrigadas a tirar fotos juntas (…) servindo de lição e exemplo a aqueles moradores das comunidades que se ‘rebelarem’ e insistirem em apoiar o pré-candidato Sinval”, diz um trecho do relatório da Polícia Civil.
O grupo criminoso, segundo as investigações, já tem representantes indicados trabalhando na Prefeitura e na Câmara de Itabaiana.
Pressão na Câmara
Ainda conforme os autos do processo, membros da facção em Itabaiana, tem comparecido às reuniões plenárias da Câmara Municipal por convocação da coordenação de campanha dos candidatos Cláudio Neto e Suélyo Rogerio toda semana.