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CBI de Atletismo: Júlia Aere garante vaga e vai defender o Brasil no Sul-Americano


 
 
   




Filha de atletas e paulistana, ela mora há 4 anos na Flórida

 

O esporte está no sangue de Júlia Aere. O pai, Luiz Gustavo Aere, foi jogador de voleibol, inclusive no Esporte Clube Pinheiros, de 1997 a 2000.  A mãe, Daniela Gruttola, bailarina e a irmã mais velha (Sophia), ginástica artística, que a incentivou a pratica da modalidade no início da carreira competitiva. Aos 15 anos achou no atletismo e no heptatlo o gosto do alto rendimento. E não parou mais.

Com esse DNA esportivo, nasce uma grande promessa do atletismo brasileiro. No Campeonato Brasileiro Interclubes Loterias Caixa Juvenil (sub-18), disputado no início do mês, em Recife, Pernambuco, Júlia De Gruttona Aere, de 18 anos, simplesmente arrasou no heptatlo. Classificada para o Sul-Americano da categoria, quer sonhar mais alto.

Na prova de barreiras, em recife. Foto: @ggustavo_alvess

Mesmo enfrentando várias adversidades de diferentes regras do que pratica no heptatlo americano, a paulista de nascimento e cidadã do mundo – morou na Bélgica, República Dominicana e já está há quatro anos vivendo com a família na Flórida-EUA – foi uma sensação do campeonato, marcou 4.406 pontos. Chegou a ser anunciada como vencedora, mas foi feita uma revisão e ficou com o vice-campeonato.

O sonho de Júlia era competir no Brasil. E como tem a ligação do pai com o Clube, acabou chegando a informação ao vice-presidente Marcos Maynard que acionou o diretor Roberto Lobo e inscreveu a atleta pelo Pinheiros no Brasileiro.

“Fiz ginástica artística até os 15 anos.  Depois comecei fazer provas de 100, 200 e 400m. Há um ano mudei para o heptatlo porque tem uma semelhança com a ginástica, onde você participa de várias provas”, comentou Júlia.

Apesar de não ter feito uma pontuação que é capaz, Júlia deixou Recife muito satisfeita pela conquista do Brasileiro. “A minha pontuação foi 4406. Não foi a minha melhor marca, tinha muitos aspectos e regras diferentes em algumas provas comparado com os Estados Unidos, mas fiquei feliz de ter alcançado o meu objetivo de me qualificar para o Campeonato Sul-Americano e representar o Brasil”.

Ainda no Brasileiro de Recife, Júlia enfrentou uma série de diferenças na prova de  barreiras, no peso e no dardo. E teve que se superar em cima disso. Na última prova, dos 800 m, recebeu a informação que precisava vencer a prova por mais de 8 segundos que ganharia o título. Ganhou com o tempo que precisava, comemorou, subiu no pódio, recebeu a medalha e horas depois a CBAt informou que havia um erro na pontuação que a atleta do Pinheiros tinha ficado em segundo lugar.

Na prova do arremesso do peso. Foto: @ggustavo_alvess

“O importante que a Júlio garantiu vaga para o Sul-Americano, ficou muito feliz de competir no Brasil. Ficamos orgulhosos da superação dela diante das adversidades de diferenças nas provas e agora terá o Sul-Americano pela frente. Ela se sentiu em casa defendendo o Pinheiros, mesmo tendo feito apenas um treino”, disse a mãe da atleta, Daniela Gruttola, que foi a Recife acompanhar a filha.

Outra meta de Júlia Aere é seguir competindo também no concorrido Campeonato Universitário dos Estados Unidos. “Quero competir no NCAAA e disputar um Mundial”, disse Júlia que está no último ano do High School. Fã incondicional de Anna Hall, melhor heptatleta americana, ela segue seus planos de atleta. E estudar administração em uma Universidade Americana e seguir no atletismo.

Bronze para Raquel – Outra atleta do Pinheiros que subiu ao pódio foi Raquel Kunteuther, bronze nos 3 mil metros, com o tempo de 10 minutos e 46 segundos.