A pesquisa Quaest, divulgada ontem pelo JPB2, traz sob vários ângulos uma fotografia do momento das eleições em João Pessoa. São números que aferem as intenções de voto, os índices de rejeição, potenciais de voto e a identificação de cada um dos candidatos com os diversos segmentos sociais.
No geral é possível dizer que os dados apontam para uma situação confortável, nesse momento, para o candidato à reeleição Cícero Lucena (Progressistas), mantendo aberta a possibilidade de mudanças de cenários; sobretudo a partir do elevado índice de indecisos, na sondagem espontânea.
Uma constatação, contudo, também é possível ser retirada do levantamento.
Essa mais objetiva, pela quantidade de cenários e dados disponibilizados: até agora, a polarização entre o ‘lulismo’ e o ‘bolsonarismo’ tem surtido pouco efeito na disputa.
A tentativa de algumas das campanhas de polarizar o debate, por enquanto, tem fracassado.
De acordo com a Quaest, 25% dos entrevistados afirmam que gostariam de ter um prefeito aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Já 32% dizem que gostariam de ter um gestor aliado do presidente Lula, do PT. Mas para 40% dos ouvidos o perfil ideal do futuro prefeito deve ser o de “independente” – diante da polarização nacional. Nesse questionamento 3% não responderam ou não souberam.
Um outro dado é também sintomático nessa perspectiva.
Conforme a pesquisa, 74% dos entrevistados não votariam em um candidato indicado por Bolsonaro, sem conhecimento prévio do perfil do prefeitável. O índice é de 75% quando a pergunta é feita sobre o presidente Lula. Já 74% afirmam que também não votariam em um desconhecido, mesmo diante do pedido do governador João Azevêdo (PSB).
Os números da Quaest caem como um balde de água fria para quem apostou na nacionalização do pleito. Algo que, no mérito, não é bom para o debate local. Nas eleições municipais, muito mais que a polarização, o foco precisa ser o de soluções para os problemas e desafios vivenciados em cada cidade. Em João Pessoa essa perspectiva não é diferente.