ENTRETENIMENTO

Campeão mundial em 1996, Choco projeta a próxima Copa: “Nivelado” – LNF

Choco fez história ao conquistar a primeira Série Ouro da história da ACBF, em 1996. Ele reside em Carlos Barbosa atualmente.

Não há quem tenha acompanhado o futsal nos anos 1990 que não se lembre dos gols de Carlos Roberto Castro da Silva. Atualmente com 53 anos, Choco vive da fama que conquistou nas quadras, onde foi campeão da Taça Brasil pela Enxuta, em 1996, e, no mesmo ano, venceu a Copa do Mundo pelo Brasil — com direito a gol na vitória final diante da anfitriã Espanha, por 6 a 4.

Aqueles, no entanto, eram outros tempos. À medida que a  próxima Copa do Mundo de Futsal se aproxima — o Mundial ocorre de 14 de setembro a 6 de outubro, no Uzbequistão —, fica claro que a seleção brasileira já não desfruta da mesma confiança da época em que Choco jogava.

 
 
   

A geração do pivô porto-alegrense, que também contava com nomes como Manoel Tobias e Fininho, deu lugar à atletas como Pito e Ferrão, recentemente eleitos melhores do mundo, mas que construíram a maior parte da carreira na Europa. Além disso, nos últimos anos, países como Argentina, Espanha e Portugal se fortaleceram, equilibrando as disputas nos mundiais.

Esse novo cenário foi um dos pontos abordados por Choco em entrevista a Zero Hora. Leia, abaixo, como foi a conversa, em que o ex-pivô também recordou a conquista do Mundial em 1996.

Qual foi a maior dificuldade que vocês enfrentaram na Copa de 1996?

A nossa maior dificuldade foi na semifinal e na final (contra Rússia e Espanha, respectivamente). Eu acho que os outros jogos foram bem tranquilos para a seleção brasileira. A Rússia tinha uma maneira de jogar diferente das outras equipes. E a Espanha jogava em casa. Tinha 15 mil torcedores deles e 500 dos nossos.

O que tem de diferente em jogar uma Copa do Mundo?

É uma realização. Tudo é diferente. Quem ganha o Mundial fica consagrado. Quando eu fui para a seleção, eu não tinha ideia da repercussão que teria ser campeão mundial. Ainda hoje, somos reconhecidos pelo título de 1996. Tudo mudou na vida daqueles jogadores, em todos os sentidos.

Os jogadores que o Marquinhos (Xavier) convocou têm títulos de expressão, como a Liga da Espanha, Liga Nacional (do Brasil), Liga Portuguesa, Champions League. Mas, tenho certeza, que, para todos eles, existe a vontade de ganhar o mundial.

A última Copa vencida pelo Brasil foi em 2012. De lá para cá, por que não emplacamos mais mundiais?

O futsal está muito nivelado. A gente tinha sempre uma ou duas seleções que nos complicava, mas, no geral, sempre éramos favoritos. Se perdêssemos, era zebra. O Brasil tem grandes jogadores, mas não como a nossa seleção tinha, atletas com condições de decidir um jogo a qualquer momento. Tínhamos Falcão, Manoel Tobias, caras diferenciados.

E por que não temos mais esse tipo de jogador?

Falta olharmos um pouco para as categorias de base. Os treinamentos estão muito focados em marcação, correr muito. Muitas equipes, por exemplo, tiraram o pivô das suas formações. Mas o pivô é essencial no futsal. Quem joga com pivô tem vantagem em relação às outras equipes, porque tem uma referência. Não falo isso porque eu era pivô, mas vejo que, quem investe nessa posição, tem mais sucesso, um desses exemplos é o Joinville, que tem dois bons pivôs.