Gustavo Henrique de Jesus, 19 anos, nascido e criado em Ubatuba, está preparando as malas para representar o Brasil durante o torneio de Vôlei Sentado em Assen, na Holanda, de 3 a 7 de julho.
Grande na altura: 2m e 8cm e gigante no talento e na resiliência, Gustavo é portador de mielomeningocele, deficiência que reduz seus movimentos, e a prova de que as circunstâncias não são obstáculos para quem crê. “Nunca desista dos seus objetivos, pois eu sonhei e conquistei”, compartilha o atleta.
O maior orgulho para todo atleta é participar de uma Olimpíada. O sentimento de pertencimento e honra que só quem veste a camisa verde e amarela para representar sua pátria pode explicar. E, em breve, Gustavo irá vivenciar essa experiência na capital da França, Paris, durante as Paraolimpíadas. Serão dias de aprendizado e muita garra para competir e, se depender da torcida brasileira, vencer esses jogos.
Apesar de sua carreira estar cada vez mais internacional, inclusive com data marcada para um intercâmbio no Irã, de 9 a 16 de julho, Gustavo leva na mente e no coração a cidade que o viu crescer e onde descobriu o esporte que, de hobbie, tornou-se profissão.
Foi aqui, em Ubatuba, durante partidas de vôlei de praia, que tudo começou. Entre jogos e partidas, Gustavo conheceu uma pessoa que acreditou no seu talento e o incentivou a fazer o teste para o Clube SESI (Serviço Social da Indústria), local onde poderia cultivar seu talento e alçar voos ainda maiores.
O teste foi um sucesso e, atualmente, o atleta é contratado pelo clube que, inclusive, está o ajudando a realizar outro sonho. “O SESI me beneficiou com uma bolsa integral para o curso de Educação Física”, conta ele.
O que é o vôlei sentado?
Criado em 1956, o esporte servia como reabilitação para militares feridos. Com o passar do tempo e a sua crescente popularização, o esporte ganhou moldes olímpicos e entrou para o hall oficial em 1980. A competição feminina foi adicionada durante os jogos de Atenas, em 2004.
No vôlei sentado, podem competir homens e mulheres que possuam alguma deficiência física ou relacionada à locomoção. São seis jogadores em cada time, divididos por uma rede de altura diferente e em uma quadra menor do que na versão olímpica da modalidade.
Os atletas são divididos em dois grupos: VS1 e VS2.
Na classe VS1 estão os atletas com deficiências mais severas e que têm maior impacto nas funções essenciais do vôlei sentado. Exemplo: amputados de perna.
Na classe VS2 estão os atletas com deficiências mais leves e com menor interferência nas funções em quadra. Exemplo: amputação de parte do pé ou amputação bilateral de polegar.
No Brasil, a modalidade é administrada pela Confederação Brasileira de Voleibol para Deficientes (CBVD).