Download256 animais foram resgatados em 16 dias de operação no Rio Grande do Sul
O resgate do cavalo Caramelo realizado pelo Corpo de Bombeiros de São Paulo na quinta-feira (8), em Canoas, no Rio Grande do Sul (RS), comoveu o país. Além das mais de 1,1 mil pessoas resgatadas, mais de 200 animais já foram salvos pela atuação das forças de segurança paulista após ficarem ilhados pelas enchentes que atingiram o estado.
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Os salvamentos são realizados em conjunto com as polícias locais, mas também contam com o apoio fundamental de veterinários voluntários de São Paulo. O médico Leonardo Castro é comandante da equipe de voluntários que trabalham no 15º Grupamento de Bombeiros, em Sorocaba. Ele e mais quatro profissionais passaram uma semana no estado gaúcho e participaram do resgate de quase 40 animais, entre cavalos, bois, cães e gatos.
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“Ser voluntário é estar de prontidão a todo momento. Às vezes, é o próprio Corpo de Bombeiros que nos chamam, em outras é a gente que se coloca à disposição. Quando soubemos do que estava acontecendo no Sul, não pensamos duas vezes. Foi uma iniciativa nossa”, disse Castro.
O médico é especialista em resgate técnico de grandes animais, ou seja, quando o animal é resgatado sem nenhum tipo de lesão. Há quatro anos, dá aulas aos policiais na Escola Superior de Bombeiros (ESB) sobre instruções de salvamentos terrestre.
A experiência que passou no Rio Grande do Sul foi marcante. Apesar de já ter atuado em outros desastres naturais como nas enchentes no Espírito Santo e nas queimadas do Pantanal, em Mato Grosso do Sul, em 2020, Castro nunca tinha visto um “colapso generalizado de um estado inteiro”, que dificultou os salvamentos e exigiu um nível de preparo ainda maior.
DownloadOs salvamentos são realizados em conjunto com as polícias locais
Um dos desafios enfrentados foi o resgate do cavalo Caramelo, que começou a ser elaborado um dia antes pelas equipes. “O cavalo tem um peso considerável e o telhado estava liso, então tivemos que fazer uma aproximação bem cautelosa para o animal não escorregar e cair na água”, comenta. Foi a primeira vez que o médico participou de um resgate com essas condições.
Dois cavalos ilhados em escada de prédio em Canoas
Outra ocorrência que ficou na memória do veterinário foi o resgate de dois cavalos que estavam na escada do 2º andar de um prédio no bairro de Fátima, em Canoas (RS). Os equinos ficaram dois dias no imóvel sendo alimentados pelos moradores, que permaneceram no apartamento com medo de serem saqueados. O caso aconteceu na terça-feira (4).
“A hipótese é que a água foi levando os cavalos até o prédio, que não tiveram outra opção para escapar da enchente a não ser ficar nas escadas”, explica Castro.
Por causa de seus “comportamentos imprevisíveis”, o resgate de animais acaba se tornando muito mais desafiador do que o de um ser humano, na visão de Castro. “O animal não entende que estamos ali para salvá-lo. Ele pode desencadear diversos tipos de reações que dificultam o nosso trabalho.”
O veterinário exalta o empenho obtido por sua equipe enquanto estava em missão no Sul e define em uma palavra o sucesso para tantos salvamentos: integração. “Esses animais resgatados foram resultado da união do trabalho entre as equipes de voluntários e bombeiros. Eu vi uma mobilização muito grande de todos para salvar o máximo de animais possíveis”.
Leonardo retornou a Sorocaba com seus colegas no último domingo (12). Na manhã do dia seguinte, a 1ª equipe de bombeiros com quem trabalhou chegou à capital paulista.
Até quinta-feira (16), 256 animais foram resgatados em 16 dias de operação no RS, além de 1.129 pessoas. O trabalho da Polícia Militar de São Paulo conta com o apoio do Corpo de Bombeiros e Comando de Aviação paulista.
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