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O Prêmio Escola Transformação tem enriquecido a jornada educacional dos estudantes nas escolas premiadas, proporcionando experiências significativas, imersões culturais e aprendizado diversificado. Em três anos e oito edições, foram concedidos 3.162 prêmios a 2.528 escolas da rede estadual de ensino de Minas Gerais, totalizando um investimento superior a R$ 190 milhões.
A iniciativa do Governo de Minas, por meio da Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais (SEE/MG), tem por finalidade destacar publicamente práticas e experiências bem-sucedidas nas escolas estaduais, contribuindo para aprimorar a qualidade do ensino. A premiação é destinada às instituições que se destacaram positivamente em participação, desempenho e fluxo escolar nos anos iniciais e finais do ensino fundamental, além do ensino médio.
“Estamos certos de que o Prêmio tem contribuído positivamente para o aumento do engajamento dos profissionais e dos estudantes nas atividades pedagógicas, especialmente pelo fato de que esse prêmio tem proporcionado o enriquecimento das aprendizagens por meio de vivências que extrapolam os limites da escola, promovendo a ampliação do capital cultural”, afirma Graziela Trindade, superintendente de Políticas Pedagógicas da SEE/MG.
Com valores que variam de R$ 25 mil a R$ 125 mil, conforme o porte da escola, a premiação viabiliza o desenvolvimento de projetos alinhados ao “Portfólio de Projetos Pedagógicos”, como Grupo de Teatro, Jornal Escolar, Rádio Escola, Aprendizado Além dos Muros, Robótica Educacional, dentre outros.
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Aprendizado Além dos Muros
O Aprendizado Além dos Muros, um dos projetos pedagógicos mais ansiados pelos estudantes, oferece experiências que enriquecem a aquisição de conhecimento de maneira lúdica. Ao possibilitar visitas a espaços além do ambiente escolar, o projeto não apenas estimula a curiosidade dos alunos, mas também os encoraja a levantar hipóteses, descobrir novos conhecimentos e aplicar na prática o que aprenderam em sala de aula.
Cerca de 80 estudantes da Escola Estadual Galileu Galilei, do município de Montalvânia, extremo Norte mineiro, pertencente à Superintendência Regional de Ensino (SRE) Januária, viveram momentos importantes em Brasília. No segundo semestre deste ano, os alunos do 7º, 8º e 9º anos do ensino fundamental estiveram na capital do país e puderam conhecer a história da construção e o traço urbanístico do local.
De acordo com o diretor da escola, Klecius Leão, a maioria dos estudantes escolheu como ponto alto da viagem conhecerem o Memorial JK, uma homenagem a quem idealizou Brasília, o ex-presidente Juscelino Kubitschek. Eles puderam imaginar os desafios enfrentados pelos pioneiros que transformaram um cerrado inexplorado em uma capital moderna.
O diretor conta que muitos utilizaram elevador, viram um avião de perto, visitaram o shopping e dormiram fora de casa pela primeira vez. “Os estudantes não só conheceram a capital, aprenderam sobre sua história e de seu idealizador JK ou se deslumbraram com os traços urbanísticos de Oscar Niemeyer e Lúcio Costa, mas tiveram a oportunidade de viver algo particular. Tive a certeza que ao retornar eles não traziam consigo só boas lembranças ou fotos, mas outras pessoas dentro de si mesmos, se tornaram meninos e meninas com sonhos e possibilidades de que por meio do estudo eles podem ir muito além.”, afirma.
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A Escola Estadual Hilário Pinheiro Jardim, do município de Araçuaí, vencedora da 2ª edição do Prêmio Escola Transformação em 2022 e novamente reconhecida este ano, proporcionou uma experiência inesquecível aos cerca de 130 estudantes da instituição. O destino escolhido foi o estado da Bahia, com paradas em Porto Seguro, Arraial d’Ajuda, Itacaré e Ilhéus. O diretor, Rossini Esteves, destaca a singularidade dessa jornada, especialmente para alunos de famílias mais carentes da comunidade rural de Alfredo Graça. “Foi uma experiência única que permanecerá na memória deles para sempre. Muitos viram o mar pela primeira vez e se emocionaram”, destacou Rossini.
Além da Bahia, os estudantes exploraram Belo Horizonte, Ouro Preto e Diamantina, e visitaram zoológico, museus, a Praça da Liberdade e o Estádio Mineirão, entre outros pontos turísticos. A viagem foi cuidadosamente planejada para ser mais que um simples passeio, proporcionando aos alunos a oportunidade de sair do ambiente escolar cotidiano, ampliando seus horizontes para aprendizados além dos muros da escola.
Grupo de Teatro e Mercado do Estudante
A Escola Estadual Coronel Calhau, em Ipanema, região do Vale do Rio Doce, da Superintendência Regional de Ensino Caratinga, conquistou 14 prêmios ao longo das edições do projeto. Com as premiações, a direção da escola criou uma comissão de projetos, envolvendo professores de todas as áreas de conhecimento para que eles fossem trabalhados de forma interdisciplinar. Destacam-se projetos notáveis, como o grupo de teatro composto por alunos do 7° e 8° ano do ensino fundamental e do 2° e 3° ano do ensino médio, que apresentaram entre os dias 27/11 e 4/12 a peça “Nas Trilhas de Minas” no Teatro Pirquins, localizado na cidade. A representação explora lendas tradicionais de Minas Gerais, como a história do Boitatá.
Outro ponto alto é o projeto Mercado do Estudante, que teve início em agosto deste ano. Os estudantes desenvolveram um sistema econômico próprio: criaram a moeda “calhau”. Por meio de um banco elaborado para esse fim, acumularam “calhaus” para transações no Mercado do Estudante. Nesse mercado, os alunos do ensino médio estabeleceram empresas em diversos setores, oferecendo produtos adquiríveis com a moeda local e contando com a orientação de um professor coordenador para cada empreendimento.
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Algumas normas foram estabelecidas para a obtenção da moeda, incentivando a participação em projetos, médias bimestrais superiores a 18 pontos, excelência em provas, inscrição para o Enem, entre outros critérios. Atrasos e comportamentos indisciplinados resultavam em multas, que eram gerenciadas pelos alunos do 2° ano do Ensino Médio no banco escolar. Além disso, os estudantes tinham a oportunidade de realizar aplicações do “calhau”, incluindo opções de poupança e investimento de risco em matemática, onde atingir a nota máxima dobrava o valor investido.
As empresas, subsidiadas pela escola, ofereceram uma variedade de produtos, incluindo alimentos, livros, essências, artigos de papelaria, tecnologia, roupas e calçados. Para as empresas de alimentação, foi fornecida a matéria-prima, e os alunos, com a colaboração de seus responsáveis, elaboraram os produtos. Algumas empresas realizaram pesquisas de interesse na escola, apresentando ao diretor as necessidades dos estudantes. A escola adquiriu os produtos, e cada empresa calculou o custo e o valor em “calhaus” para venda.
Por meio desse projeto, os alunos aprenderam a investir dinheiro, calcular compras e compreender o funcionamento do mercado financeiro ao colaborarem com as empresas para determinar os valores dos produtos e serviços oferecidos.
Sobre o Prêmio
Em 2023, participaram do Prêmio Escola Transformação as escolas de ensino regular que possuíam dez ou mais estudantes matriculados no 5º ano do ensino fundamental, no 9º ano do ensino fundamental e/ou no 3º ano do ensino médio (tradicional e integrado), desconsideradas as turmas multisseriadas ou de correção de fluxo e as turmas de educação especial.
A premiação das escolas foi feita a partir do Índice Escola Transformação (Inest), derivado dos indicadores de fluxo escolar e desempenho. Esse índice, calculado duas vezes (Inest-1 e Inest-2), utiliza dados da Avaliação Diagnóstica e da Avaliação Intermediária para cada nível de ensino, consolidando o compromisso com a excelência educacional.