Ter 05 setembro 2023 09:25 atualizado em Ter 05 setembro 2023 09:24
Resíduos de obras do Provias são reutilizados na melhoria de estradas não pavimentadas em Minas
Material substitui o cascalho e evita geração de passivos ambientais
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Resíduos de obras do Provias são reutilizados na melhoria de estradas não pavimentadas em Minas
O material resultante dos processos de fresagem das obras de recuperação funcional das rodovias estaduais tem recebido uma nova destinação no estado, em um projeto do Governo de Minas, realizado por meio do Departamento de Estradas de Rodagem (DER-MG). O insumo está sendo reutilizado para melhorar as condições de tráfego das estradas não pavimentadas do estado. A medida, além de evitar a criação de um passivo ambiental, gera economia aos cofres públicos. Desde o início do Provias, a fresa, como é chamado o resíduo, tem substituído, em muitos casos, o cascalho extraído de jazidas para melhorar as estradas de terra. O benefício já é percebido no escoamento da produção agrícola e leiteira de muitas regiões de Minas, além de melhorar a qualidade de vida de quem utiliza esses trechos no dia a dia. É o caso da LMG-726, entre Presidente Olegário e o distrito de Galena, na região Noroeste. O segmento de aproximadamente 40 quilômetros vem recebendo serviços de patrolamento e encascalhamento de pontos críticos com a utilização do material fresado proveniente das obras da MG-410, entre Bela Vista e o entroncamento da MGC-354. Apenas neste trecho são 1.820 metros cúbicos do material, o que equivale a, aproximadamente, 150 viagens de caminhão. O material também é usado nos acessos para as rodovias. Conhecido como limpa-rodas, a fresa é aplicada nas entradas e saídas para comunidades, povoados e distritos contíguos às rodovias estaduais. “É uma forma técnica e econômica para melhorar a trafegabilidade das vias não pavimentadas substituindo o cascalho por um material com capacidade de suporte bastante superior”, avalia o coordenador regional do DER-MG em Patos de Minas, Vinícius Sousa. Ele destaca que o resíduo, assim que aplicado, incorpora-se ao leito da rodovia, melhorando significativamente as condições de tráfego. “É um material muito resistente e durável”, conclui. Outra estrada que também recebeu melhorias com a aplicação da fresagem foi a rodovia LMG-746, entre Monte Carmelo e Chapada de Minas, no Alto Paranaíba. Quatro quilômetros da via receberam o material em agosto do ano passado. Foram aplicados cerca de 3,7 mil metros cúbicos do material, o que corresponde a mais de 300 caminhões de materiais provenientes das obras da rodovia MG-190, entre o perímetro urbano de Abadia dos Dourados e o entroncamento para a BR-365, sentido Uberlândia. “As vantagens são muitas: resolve problemas de atoleiros e excesso de pó, melhorando as condições de tráfego, principalmente em períodos de chuva”, explica o coordenador regional do DER-MG em Monte Carmelo, Renan Cunha. A rodovia atende famílias que vivem da agricultura, da pecuária, além de crianças, adolescentes e adultos que utilizam o transporte escolar. As melhorias contemplam, ainda, o acesso ao campus da Universidade Federal de Uberlândia, em Monte Carmelo.
DER-MG / Divulgação
Doação a prefeituras O material de fresagem não é destinado apenas à manutenção e conservação da rede não pavimentada sob responsabilidade do DER-MG. O insumo extraído das obras de recuperação funcional do Provias na região de Manhumirim, por exemplo, foi doado a algumas prefeituras da região. Um dos municípios beneficiados foi Carangola, na Zona da Mata.
De acordo com o prefeito do município, Silas Vieira, a fresagem, transportada em mais de 100 caminhões, foi aplicada em pontos críticos de estradas rurais das comunidades de Barroso, Conceição, Serra das Velhas, Borboleta, Furriel e Alvorada. “A doação do DER-MG veio em boa hora e vai nos ajudar a enfrentar o período chuvoso com menos atolamentos”, relata. Segundo o prefeito, Carangola tem uma demanda enorme de manutenção e conservação de estradas rurais que somam mais de três mil quilômetros. “É um desafio constante garantir a trafegabilidade das pessoas com uma malha municipal deste tamanho. O uso desse material reduz gastos e diminui a demanda de novos materiais, preservando o meio ambiente”, acrescenta. Parcerias O material fresado das obras de restauração realizadas pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) em rodovias federais também é reaproveitado em estradas estaduais. É o caso da recuperação da BR-251, no Norte de Minas, cujos resíduos foram destinados à regularização do bordo da pista da LMG-626, no trecho entre o entroncamento da BR-251 e o município de Curral de Dentro. O coordenador regional o DER-MG, em Salinas, Wesley Santos, explica que a utilização da fresa nas áreas de acostamento permitiu criar um ambiente mais seguro sem o degrau que existia antes. “Fizemos este serviço dentro da técnica com a conformação e a drenagem necessárias para dar mais segurança para o usuário”, explica.