O presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez um apelo à população brasileira: a cobrança sobre o governo por uma definição em torno da residência presidencial. “Vocês precisam me ajudar a reivindicar o direito de ter onde morar. Já faz mais de 45 dias que estou no hotel, não é uma brincadeira”, afirmou o petista em cerimônia no Palácio do Planalto para formalizar a criação do Conselho de Participação Social. “Eu preciso ter onde morar, se não vou abandonar minha causa daqui para frente”, acrescentou.
Lula e a primeira-dama Rosângela da Silva estão hospedados em um hotel em Brasília desde a transição. A equipe de transição identificou avarias no Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência, e o local passa por reparos antes da mudança de Lula.
O Salão Nobre do Palácio do Planalto estava repleto de bandeiras de movimentos sociais e sindicatos, como a CUT e o CTB. Ao longo da solenidade, os presentes entoaram o lema “Sem anistia”, novo grito de ordem da esquerda para garantir punição ao ex-presidente Jair Bolsonaro.
No seu discurso, Lula relembrou os atos golpistas de 8 de janeiro. “Ninguém em sã consciência acreditava que aquilo pudesse acontecer, mas aconteceu. É apenas uma demonstração de que tivemos vitória eleitoral, ganhamos eleição, mas a causa que nos fez chegar até aqui ainda está engatinhando para que a gente possa conquistar”, disse o presidente. “Derrotamos um presidente, mas ainda não derrotamos o fascismo impregnado da cabeça de milhões de brasileiros”, seguiu.