Zac Efron é um ator que ficou marcado por papéis no cinema como aquele galã bonzinho, popular, e que passa uma aura de atleta que entende o que há para além das aparências – isso vai desde High School Musical, passando por 17 Outra Vez e indo até produções como o musical O Rei do Show. Agora, ele quebra parte desses estereótipos com Operação Cerveja, que já está na programação do Apple TV+.
Dirigido por Peter Farrelly, cineasta do oscarizado Green Book: O Guia, o longa conta a surreal história verdadeira de Chickie Donohue (Efron), um rapaz que decide fazer algo totalmente inesperado: viajar sozinho para a linha de frente para levar, aos soldados no Vietnã, suas cervejas favoritas. No entanto, rapidamente isso se transforma na aventura de uma vida, quando Chickie confronta a realidade dessa guerra controversa com reencontros.
“Existem tantas coisas que eu amo no Chickie como personagem e como ser humano. Mas, acima de tudo, ele é motivado pelo puro sentimento de amor por seus amigos”, explica Efron. “Ele apenas se joga por aí, movido por essa ideia louca. Algumas das ideias que nós temos, não fazemos por serem loucas ou burras demais. Quando fazemos, e ele seguiu suas ideias, nós temos algumas das experiências mais selvagens de sempre”.
CONEXÕES. Operação Cerveja é um filme que se comunica ativamente com essa outra produção de Farrelly que venceu o Oscar em 2019. Green Book: O Guia, afinal, fala sobre uma viagem pelo sul dos Estados Unidos, em uma época de segregação racial, do pianista afro-americano Dr. Donald Shirley (Mahershala Ali) e do motorista italiano valentão Tony (Viggo Mortensen). Enquanto estão andando de carro na região, vão descobrindo os efeitos do preconceito na vida americana.
Peter Farrelly admitiu essa similaridade – não só com Green Book: O Guia, mas até mesmo com Débi & Lóide e Quem Vai Ficar com Mary?. “São todos road movies. Não sei o motivo, mas gosto desse tipo de filme”, diz. “Eu ouvi falar da história do Chickie pela primeira vez em um documentário de 12 minutos que assisti no YouTube. Foi a história mais burra e boba que já ouvi. Algo muito louco. Precisava contar essa história”.
VIETNÃ. Já o personagem de Efron descobre o que realmente há por trás da Guerra do Vietnã. Obviamente, não é uma jornada alucinante como a do capitão Benjamin L. Willard de Apocalypse Now. Há mais lição de moral em Operação Cerveja. No entanto, Farrelly também traça uma decadência moral do herói norte-americano, tirando todos os clichês e amarras que enforcam esse tipo de personagem. Ele está livre para entender e mudar.
O ator, enquanto isso, não encarna o gostosão boa pinta. Não tira a camisa, nem nada do tipo. Ele é uma pessoa normal, de bigode e camisa, quebrando o estereótipo de sempre.
“Eu gosto de pensar que nos meus melhores dias e também quando era mais novo, teria tomado as mesmas decisões do Chickie. Eu admiro o jeito que ele pensa”, explica o astro. “Foi um personagem muito divertido de interpretar. Aprendi muito sobre o Vietnã. Foi uma experiência que abriu meus olhos a partir de uma perspectiva única. Foi fascinante”.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.