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CADÊ JORGE Salgado? VPs cobram presenca efetiva em negociações com a 777 Partners

Jorge Salgado, presidente do Vasco, foi questionado em uma carta assinada por seis vice-presidentes sobre o processo das reuniões do clube com a 777 Partners, empresa que negocia a compra de 70% das ações da futura SAF.

No documento, eles afirmam ser favoráveis à movimentação, mas jogam luz em alguns quesitos das tratativas.

O registro, ao qual o UOL Esporte teve acesso, tem como autores Vítor Roma (vice-presidente de Marketing e Novos Negócios), Horácio Júnior (vice-presidente de Responsabilidade Social e História), Fábio Nogueira (vice-presidente de Patrimônio), Marcel Kaskus (vice-presidente de Esportes Olímpicos e Paralímpicos), Maurício Corrêa (vice-presidente de Relações Públicas), Rafael Cobo (vice-presidente Médico), e por Luís Aragão (conselheiro).

 
 
   

Na carta, os dirigentes apontam que desde o princípio das negociações com a 777 houve alertas “sobre a necessidade de maior envolvimento dos vice-presidentes, sobretudo em negociações que envolvam suas áreas”.

Além disso, afirmam que “na reunião com o líder do projeto pela KPMG, realizada na última sexta-feira em São Januário, ficou claro que negociações-chave transcorreram por meses sem que os VPs tenham tido ciência ou participação nelas, o que torna a posição do clube frágil e arriscada em um processo tão vital para sua história. Entendemos que a empresa contratada está avançando sua atuação sobre competências que não são dela, sem envolvimento das áreas envolvidas e sem conhecimento dos assuntos que discutem”.

Eles indicam que os “sócios, diga-se, não encontram, no atual estágio das negociações, garantias acerca de seus direitos adquiridos. E eles não são importantes apenas na aprovação da SAF na AGE: são também a principal fonte de receita do clube social a partir da aprovação do acordo com a 777”.

Os vices salientam que, diante do atual cenário, pedem que “o processo, tão decisivo para o clube, seja transparente e tenha participação de forma direta e efetiva na negociação e validação” em oito pontos listados (veja abaixo). Antes de finalizar o documento, os remetentes reforçam que é “fundamental esclarecer que todos somos entusiastas da SAF”, mas assinalam que, “preocupados com o resultado do processo, constatamos que a condução das negociações por um grupo muito restrito, sob a justificativa do risco de vazamento de informações sensíveis, levou a um debate empobrecido, arriscado e improdutivo.”. Veja a carta na íntegra:

“Reflexões sobre o momento do Vasco A aprovação da SAF é um dos movimentos mais importantes da história do clube, e será lembrada eternamente, tanto pelos seus benefícios quanto pelas suas falhas. Cabe a nós, dirigentes do clube, tomarmos os cuidados necessários para que o clube com a história mais importante de todo o futebol brasileiro seja capaz de escrever mais um capítulo glorioso de sua trajetória.

Desde o princípio das negociações com a 777 Partners, alertamos sobre a necessidade de maior envolvimento dos Vice-Presidentes, sobretudo em negociações que envolvam suas áreas. Na reunião com o líder do projeto pela KPMG, realizada na última sexta feira em São Januário, ficou claro que negociações-chave transcorreram por meses sem que os VPs tenham tido ciência ou participação nelas, o que torna a posição do clube frágil e arriscada em um processo tão vital para sua história.

Entendemos que a empresa contratada está avançando sua atuação sobre competências que não são dela, sem envolvimento das áreas envolvidas e sem conhecimento dos assuntos que discutem.

As promessas de inclusão dos VPs em momento oportuno nunca se concretizaram, o que se converte em risco para as negociações, que precisam ser conduzidas de maneira eficiente, sob pena de resultar em acordos ruins e potencialmente questionados pelos sócios na Assembleia Geral.

Estes sócios, diga-se, não encontram, no atual estágio das negociações, garantias acerca de seus direitos adquiridos. E eles não são importantes apenas na aprovação da SAF na AGE: são também a principal fonte de receita do clube social a partir da aprovação do acordo com a 777.

Falhar com eles significa falhar com o Vasco, com sua história e com o seu futuro, dado o risco real de insolvência, caso os sócios estatutários se afastem do clube. Reiteramos que uma história de 120 anos não pode ser manchada por erros na condução das negociações.

E o sucesso das negociações não é um fruto do acaso, mas do trabalho e do zelo. Por isso, torna-se espantoso que as negociações não levem em consideração o resultado da consultoria que contratamos junto à EY, com a qual o clube gastou quase R$ 200 mil, com o objetivo de propor ideias de carve-out. Se a KPMG se debruça sobre o tema há meses, a consultoria perde o sentido. Sobre esse tema, este grupo de VPs encontra imensa dificuldade de acessar informações fundamentais para o processo de carve-out que se encontra em curso; como folha, receita, custos estimados, investimentos, entre outros.

Se os Vice-Presidentes do clube não são envolvidos em temas tão sensíveis para suas áreas, o clube perde força em sua capacidade de fechar um bom deal. Diante do exposto requeremos que o processo, tão decisivo para o clube, seja transparente e tenha participação de forma direta e efetiva na negociação e validação das seguintes questões:

– Licenciamento de marca – Vasco Academy – Direitos adquiridos dos sócios estatutários e receitas de associação – Legado histórico e exploração dos programas envolvidos (tour, espaço experiencia) – Colégio Vasco da Gama – Uso de áreas compartilhadas do clube (esportes além do futebol, instalações físicas) – Uso compartilhado de áreas meio (marketing, relações públicas, financeiro, jurídico, secretaria) – Contrato com fornecedor de material esportivo É fundamental esclarecer que todos somos entusiastas da SAF e, sem exceção, atuantes no apoio operacional e político ao seu processo de aprovação.

Tal entusiasmo se materializa no objetivo de garantir o sucesso das negociações, com impactos positivos para o futuro do clube. Preocupados com o resultado do processo, constatamos que a condução das negociações por um grupo muito restrito, sob a justificativa do risco de vazamento de informações sensíveis, levou a um debate empobrecido, arriscado e improdutivo. Ainda há tempo para correções de rumos. Mas o momento é agora” Fonte: UOL

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