Capital Inicial, Biquíni, Nando Reis… Todos esses nomes marcaram a história do rock brasileiro, e também marcaram presença no Jampa Rock Festival, em João Pessoa, no último sábado (24). Os artistas falaram com o Jornal da Paraíba sobre a longevidade do trabalho na música e também sobre a relação da Paraíba com o rock.
As entrevistas com os artistas foram realizadas ao longo da cobertura do Jampa Rock pelo Jornal da Paraíba. A transmissão teve mais de 30 mil acessos.
Para Bruno, vocalista do Biquíni, a relação da banda com músicas dos anos 1980, época de ouro do rock brasileiro, só é duradoura porque os fãs passam o amor pelas canções para as novas gerações.
“Nós fizemos a trilha sonora da vida de muitas pessoas naquele período. Mas, mais do que isso, acho que nossas canções não se prenderam àquele tempo. Quando a gente canta no palco não estamos falando com aquelas pessoas, mas das gerações com quem elas dividiram”, afirmou.
Carlos Coelho, outro integrante do Biquíni, também disse acreditar que a longevidade da banda está relacionada com a conexão dos fãs.
“As músicas são como sentimentos, se transformam dentro da gente. Você começa a ouvir uma música e ao longo da vida a sensação que você tinha se transforma, muda dentro de você como um sentimento muda. E você quer entrar em contato com aquilo, você vai lá para resgatar esse tempo”, explicou.
Nando Reis, que está lançando o novo álbum “Uma Estrela Misteriosa”, com 30 músicas, sendo 26 inéditas, também falou sobre a longevidade, a partir da perspectiva do condicionamento físico. Ele foi homenageado pelo Jampa Rock, dando nome ao palco principal do evento.
“Eu me cuido. Vou completar oito anos numa vida completamente diferente, sem qualquer tipo de álcool. Tenho bom condicionamento físico, bom aquecimento de voz e faço o que gosto. Acho que isso é o mais importante, é o que deixa a vida de cada um de nós melhor. Quando você consegue ter uma atividade na qual é o seu trabalho, e você se realiza, gosta, isso por si só é um privilégio”, afirmou Nando Reis.
Os fãs paraibanos também puderam prestigiar a banda Capital Inicial. Ao Jornal da Paraíba, Dinho Ouro Preto agradeceu a quem vestiu a camisa com imagens do grupo, e relatou se sentir feliz ao ver suas músicas ganhando cada vez mais sentido para novas gerações.
“As pessoas são muito generosas. É um prazer ver como essas canções que nós fizemos atravessaram gerações, continuam encontrando significados para as pessoas tantos anos depois… Esse é o maior prêmio que o artista pode ter, de ver como envelheceu bem”, disse Dinho Ouro Preto.
E se apresentando na Paraíba pela primeira, os integrantes da banda Nenhum De Nós também disseram acreditar que João Pessoa se tornou o epicentro do rock no Brasil, no último sábado (24), através do Jampa Rock.
Thedy Corrêa afirmou que encara o sucesso da banda como algo positivo e motivador.
“O rock traz um desafio com o passar do tempo, e a gente vai encarando isso de um jeito que nossa música vai se modificando um pouco… Mas, a gente tem que manter uma essência, que com o passar do tempo ela nos reforça as intenções, os propósitos que a gente tinha lá no início. O rock tem isso. Conforme a gente vai cantar, as coisas que a gente vai dizer nunca vão envelhecer”, finalizou.
Jampa Rock Festival
O Jampa Rock Festival aconteceu no último sábado (24) no Espaço Cultural, em João Pessoa. O evento reuniu vários dos principais nomes do rock brasileiro: Capital Inicial, Biquíni, Nando Reis, Nenhum de Nós e Black Machine.
O Jornal da Paraíba transmitiu o festival completo, com apresentação de Beatriz Freire e Charles Gavin (reveja os shows abaixo).