Marvin Sandoval fala sobre a decepção anterior da Guatemala na Copa do Mundo de Futsal da FIFA, os preparativos para o Uzbequistão 2024 e a crença de que eles podem avançar em um grupo muito difícil.
Marvin Sandoval quer que os quase-acidentes e desgostos acabem. A Guatemala participou da Copa do Mundo de Futsal da FIFA™ cinco vezes, e em cada ocasião os centro-americanos não conseguiram avançar para a fase eliminatória — às vezes de forma agonizante.
Sandoval participou duas vezes de uma Copa do Mundo, mais recentemente na Lituânia 2021, quando Los Chapines estavam a minutos de garantir uma vaga para as oitavas de final, mas ela escapou por entre seus dedos.
Uma nova oportunidade de fazer história aguarda no Uzbequistão 2024, e a Guatemala está ansiosa para começar na frente. Sandoval e seus companheiros de equipe passaram as últimas três semanas no país anfitrião, jogando na Mirabror Usmanov Cup contra o Uzbequistão, Tajiquistão e República do Quirguistão para se preparar para a apresentação global de setembro.
Em entrevista à FIFA de Tashkent, Sandoval vê uma determinação feroz nos olhos e acredita que este pode ser o ano em que a seleção guatemalteca de futsal fará seu grande sucesso.
FIFA: Vamos começar com as eliminatórias. O que você achou do desempenho do time no Concacaf Futsal Championship?
Marvin Sandoval: Acho que em todos os jogos que jogamos conseguimos manter o ritmo e foi um bom torneio para nós. Infelizmente, nas semifinais contra o Panamá, foi um jogo atípico para nós. Foi muito físico e perdemos a concentração, mas isso é uma lição porque nesses torneios curtos, se você comete um erro, está fora. Mas acho que nas eliminatórias fomos muito sólidos e isso é o mais importante, ter essa confiança para então fazer uma boa Copa do Mundo.
Você marcou sete gols nas eliminatórias. Você acha que está no melhor momento da sua carreira?
Esta será minha terceira Copa do Mundo, então eu diria que sim, estou no melhor momento da minha carreira. Fisicamente, cuidei bem de mim mesmo. Estou muito feliz por poder contribuir para a seleção nacional e espero ter uma boa Copa do Mundo. Marcar gols sempre dá confiança e confiança ao grupo, o que é o mais importante.
Como estão indo os preparativos no Uzbequistão?
Estamos muito felizes e muito animados. A Copa do Mundo está chegando rápido, então estamos motivados porque sabemos que é o torneio mais importante do nosso esporte, então estamos nos preparando para fazer um bom trabalho. Estamos aqui há três semanas e tem sido um campo de treinamento muito bom e enriquecedor para nós. Jogamos seis partidas, todas em alto nível.
Você sente que a seleção está encontrando seu ritmo antes da Copa do Mundo?
Sim, acho que no final das contas isso é o mais importante, ter esses tipos de torneios, sejam eles amistosos ou competições mais formais. É isso que você enfrentará na Copa do Mundo e esses tipos de partidas ajudam você a ver o quão bem você está em forma e o que precisa melhorar. Definitivamente, esse torneio tem sido muito útil para nós.
O que você acha dos adversários do grupo: Irã, Venezuela e França?
Acho que é um grupo muito forte. Sabemos que, embora seja a primeira vez da França em uma Copa do Mundo, eles conseguiram eliminar alguns dos times mais fortes da Europa. Já enfrentamos o Irã várias vezes antes, como no Grand Prix ou em outros torneios, então sabemos que eles são candidatos a ir muito longe nesta Copa do Mundo. A Venezuela é um dos melhores times da América do Sul agora, então sabemos que será um torneio difícil para nós.
A Guatemala pode avançar para a fase eliminatória?
Sim, é por isso que estamos lutando. Também somos realistas e sabemos os níveis que existem, mas também temos a confiança de saber que enfrentamos as melhores seleções nacionais e competimos com elas. Acho que em qualquer dia, se você estiver preparado e tiver um pouco de sorte, pode surpreender, e acho que a seleção da Guatemala pode fazer isso. Nós nos preparamos para isso e vamos lutar para surpreender na Copa do Mundo.
Que lições da Lituânia 2021 você pode aplicar nesta próxima Copa do Mundo?
Vencemos o Uzbequistão para começar e então nosso segundo jogo foi contra o Egito. No papel, era o jogo mais vencível para nós no grupo. Estávamos dominando até o segundo tempo, quando tivemos um lapso de concentração e o jogo fugiu de nós. Poderíamos ter avançado com um empate, mas eles se recuperaram e venceram. No terceiro jogo, tivemos que enfrentar a Rússia, o que foi muito difícil. Tivemos a chance de avançar como um dos melhores times do terceiro lugar, mas acabamos saindo no saldo de gols. Acho que a lição é que você tem que jogar com foco total o tempo todo, sabendo que até mesmo um único gol pode fazer a diferença. Temos que nos tornar fortes como um grupo e saber que, se permanecermos unidos, podemos vencer esses tipos de jogos com a atitude certa.
O que você lembra daquela vitória contra o Uzbequistão em 2021, quando marcou dois gols?
Sabíamos que eles não seriam adversários fáceis, porque nas semanas anteriores estivemos em campo na Espanha e vimos como eles competiram com Portugal. Eles se prepararam muito bem. Estávamos muito motivados e focados, o que nos ajudou muito, e fizemos um jogo quase perfeito. Estávamos ganhando por 4 a 1, mas nos minutos finais eles empataram por 4 a 4. Então, nos segundos finais, conseguimos marcar o gol que nos deu os três pontos.
Qual é o futuro do futsal guatemalteco?
Como todos os amantes deste esporte ao redor do mundo, esperamos que ele continue crescendo e se torne mais popular e importante. Acho que é um esporte que empolga muita gente. Minha esperança é que esta região e o esporte em geral possam dar passos sólidos para frente e se desenvolver da melhor maneira.
