Após receber várias ligações com questionamentos sobre a presença de meningite no Litoral Norte, a Vigilância Epidemiológica (Viep) esclarece que Ubatuba não apresenta surto da doença. O questionamento surgiu após o registro de cinquenta e sete casos de meningite, com 11 mortes, no Litoral Sul entre janeiro e outubro deste ano.
A Viep aproveita a ocasião e destaca que manter a carteira de vacinação em dia, principalmente do público infantil, é a principal forma de prevenção contra a doença e a maneira mais eficaz de evitar uma epidemia. As vacinas meningocócicas C e ACWY estão disponíveis em todas as Unidades Básicas de Saúde (UBSs).
Esquema vacinal vigente:
– aos 3 e 5 meses: 1ª e 2ª doses da vacina Meningocócica C (conjugada);
– aos 12 meses: Dose de reforço com a vacina Meningocócica ACWY (conjugada), que substituiu a dose de reforço da Meningo C nesta idade para ampliar a proteção contra os sorotipos A, C, W e Y.
– aos 11 anos (ou entre 11 e 14 anos): Outra dose (ou reforço) da vacina Meningocócica ACWY.
“Em caso de sinais ou sintomas da doença, como febre alta, dor de cabeça intensa, vômitos, rigidez de nuca ou manchas na pele, a população deve procurar atendimento médico imediatamente, além de manter o isolamento do indivíduo que estiver com suspeita da doença”, comentou a enfermeira coordenadora da Viep, Alyne Ambrogi.
Mais sobre a meningite
A meningite é uma inflamação das membranas cerebrais e da medula, causada por vírus, fungos ou bactérias. A meningocócica (pela bactéria Neisseria meningitidis) é a forma bacteriana mais perigosa, devido à sua evolução rápida e alta letalidade.
Em 1974, o Brasil enfrentou uma das maiores epidemias de meningite da sua história. Embora não tenha registrado surtos astronômicos, a doença continua presente e, em muitos casos, culminando em óbito. Entre 2010 e 2024, foram registrados mais de 240 mil casos de meningite com 23.170 óbitos confirmados.
Somente no primeiro semestre, o Ministério da Saúde registrou 4.406 casos confirmados de meningite no Brasil, sendo que 1.731 foram do tipo bacteriana, 1.584 virais e 1.091 por outras causas. Relatórios mais recentes de outubro e novembro de 2025 indicam um aumento preocupante na doença em diferentes regiões, como a Baixada Santista e o Paraná, com foco na meningite meningocócica, segundo a Sociedade Brasileira de Infectologia.
“A vacinação contra a meningite é essencial por dois motivos: além de proteger o indivíduo contra uma doença fatal e com alto risco de sequelas (como surdez e danos cerebrais), ela é a ferramenta mais eficaz para reduzir a circulação do agente infeccioso, criando uma proteção coletiva que beneficia toda a comunidade”, finalizou Alyne.
