Vilas Olímpicas oferecem esporte gratuito e beneficiam mais de 50 mil pessoas no município do Rio – Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro – prefeitura.rio

A nova pista de atletismo do Centro Esportivo Miécimo da Silva – Fabio Motta / Prefeitura do Rio

As Vilas Olímpicas oferecem diversas atividades esportivas gratuitas para a população, promovendo melhorias sociais e educacionais. Além disso, colaboram para a formação de um cidadão melhor e contribuem com o desenvolvimento das comunidades no entorno. Em toda a cidade são 28 equipamentos esportivos geridos pela Secretaria Municipal de Esportes, sendo 26 Vilas Olímpicas, o Velódromo do Parque Olímpico da Barra da Tijuca e o Parque Radical de Deodoro.

Os equipamentos esportivos integram pessoas de diferentes idades e estão instalados, em sua maioria, em localidades de baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), o que aumenta a importância do seu aspecto social. Atualmente são mais de 50 mil pessoas atendidas e mais de 100 modalidades oferecidas.

 

Rosa Pereira, aluna da Vila Olímpica Artur da Távola, em Vila Isabel – Divulgação

 

Rosa Pereira, aluna da Vila Olímpica Artur da Távola, em Vila Isabel, começou a frequentar o local há mais de 13 anos, após o médico recomendar a prática de atividade física. Ela conta que a iniciativa melhorou a qualidade de vida dela:

– Fui diagnosticada com artrose. Conheci a Vila Olímpica e comecei a fazer ginástica localizada e hidroginástica, que o médico recomendou para o meu joelho. Foi maravilhoso, nunca mais tive crises. Agora eu faço também aulas de dança, e só paro de vir quando entra em recesso. A Vila Olímpica me faz muito bem e pretendo continuar fazendo exercícios aqui por muitos anos.

Os equipamentos municipais proporcionam também a inclusão social por meio do esporte. Hoje, todos os equipamentos esportivos são adaptados para receber pessoas com algum tipo de deficiência. Já são mais de 1.500 beneficiados com atividades gratuitas nas Vilas Olímpicas. No Centro Integrado de Atenção à Pessoa com Deficiência (CIAD), com atendimento exclusivo a PCDs, são oferecidas cerca de 15 atividades esportivas, além de opções para os responsáveis.

Rosângela Sardinha Manhãs, de 40 anos, é mãe do Ricardo, aluno do CIAD há 20 anos. Ela conta que o local transformou a vida do filho:

– Quando cheguei ao CIAD me abraçaram e pude conhecer outras coisas. Aqui tem pessoas maravilhosas, preparadas para cuidar do Ricardo. Ele tinha muitas crises e, hoje em dia, conhece todo mundo. O CIAD é a vida dele.

No período de férias escolares, as Vilas Olímpicas também funcionam como colônia de férias, atendendo mais de seis mil pessoas por edição.

O Centro Esportivo Miécimo da Silva, em Campo Grande, na Zona Oeste da cidade, é um dos maiores equipamentos públicos esportivos da América Latina, ocupando área de 64 mil m². Inaugurado em 1982, o Miécimo tornou-se referência em eventos esportivos nacionais e internacionais a partir de 2003, quando sediou o Campeonato Sul-Americano de Vôlei. No local ocorreram as competições de karatê, squash, futebol feminino e masculino, patinação artística e de velocidade dos Jogos Pan-Americanos Rio 2007.

No dia 9 de junho, o local ganhou uma nova pista de atletismo, totalmente reformada, com homologação para competições internacionais. Os alunos ficaram empolgados com a novidade.

 

Ronaldo Bastos pratica esportes no Miécimo – Divulgação

 

Ronaldo Bastos, de 54 anos, é tenista profissional e pratica esportes no Miécimo há três anos:

–  Esse local é muito importante não apenas para cuidar da saúde, é qualidade de vida. Agora temos uma pista de atletismo de primeiro mundo, é um incentivo a mais. Correr agora está sendo muito bom. Só tenho a agradecer. Daqui vão sair muitos campeões.

 

Celeiro de atletas

As Vilas Olímpicas são ainda celeiros na formação de atletas. A velocista Rosângela Santos, bronze nos Jogos Olímpicos de Pequim, foi aluna da Vila Olímpica Mestre André, em Padre Miguel. Gabriel Constantino e  Thiago André, que estiveram nas Olimpíadas de Tóquio pelo atletismo, foram alunos da Vila Olímpica da Mangueira. Chayenne da Silva, especialista nos 400 metros com barreiras, treinou para as Olimpíadas de Tóquio na Vila Olímpica Oscar Schmidt, em Santa Cruz.

 

Legado Olímpico

Em junho de 2022, a Prefeitura do Rio retomou a gestão do Velódromo. Construído para os Jogos do Rio, em 2016, o equipamento abriga todas as atividades esportivas que eram da Arena 3 e receberá um museu olímpico. Atualmente são mais de duas mil pessoas atendidas de forma gratuita, em atividades como academia, badminton, balé, basquete, corrida e caminhada orientada, funcional, funcional – kids, futsal masculino e feminino, ginástica, handebol, MMA, jiu-jítsu, caratê, muay thai, ritmos, skate, tênis de mesa, tecido acrobático, vôlei, halterofilismo paralímpico, além de atendimento de fisioterapia e realização de eventos esportivos.

 

Mylena Lemos é aluna de halterofilismo paralímpico – Divulgação

 

A jovem Mylena Lemos é aluna de halterofilismo paralímpico, desde agosto de 2021, e vem conquistando resultados no esporte. Ela foi campeã no Parapan de Jovens 2023, em Bogotá, na Colômbia, no último sábado. A pupila da mestra Cátia Portilho usou a técnica perfeita e trouxe para o Brasil duas medalhas de ouro na categoria acima de 86kg.

– São quase dois anos vivenciando diariamente esse esporte. Me sinto feliz, grata e honrada por representar o país pela primeira vez e já ter conquistado o ouro logo de cara. O sonho da minha mãe era me ver feliz, conquistando espaços e é isso o que está acontecendo. Ela foi a pessoa que mais me incentivou e me fez continuar, mesmo quando eu quis desistir.

Em Ricardo de Albuquerque, um outro equipamento olímpico, sede dos Jogos Rio 2016, vem colhendo frutos. O Parque Radical de Deodoro oferece diversas atividades para o público, como: hidroginástica, natação, alongamento, ballet infantil, boxe, ginástica, muay thai, jazz, futsal, jump, dança, musculação e pilates. O canal de canoagem slalom, palco das provas da modalidade nos Jogos Rio 2016, recebe treinamentos dos atletas olímpicos Ana Sátila e o Pepe Gonçalves. O parque também conta com uma APPC (Área de Proteção ao Ciclista de Competição), a primeira noturna da cidade do Rio, e com a APTT (Área de Proteção ao Treino de Triathlon), criada em março de 2022 e que funciona aos sábados, das 6h às 9h, garantindo segurança aos atletas para a prática de ciclismo, natação e corrida.

Com 500 mil metros quadrados de área livre a céu aberto, o parque vira ainda uma opção de lazer. Desde dezembro de 2021, a piscina é liberada para banho público aos fins de semana.

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