mulheres têm mais estudo, mas ganham menos que homens

As mulheres ainda são minoria no mercado de trabalho e recebem rendimentos menores do que os homens, apesar de terem mais instrução. É o que mostra o módulo sobre Trabalho e Rendimento do Censo 2022, divulgado nesta quinta-feira (09) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Quando a pesquisa foi realizada, 62,9% dos homens com mais de 14 anos estavam trabalhando, enquanto entre as mulheres esta proporção era de 44,9%.

Com isso, apesar de serem 52% da população geral, as mulheres eram apenas 43,6% da força de trabalho em 2022.

A proporção só se inverteu em três dos dez grandes grupos de ocupação. Mulheres eram a maioria dos profissionais das ciências e intelectuais, dos trabalhadores de apoio administrativo e dos trabalhadores dos serviços, vendedores dos comércios e mercados. Na outra ponta, menores presenças femininas foram identificadas entre os operadores de instalações e máquinas e montadores e membros das forças armadas, policiais e bombeiros militares. Já a análise por atividades, mostrou que elas são maioria absoluta nos serviços domésticos, com 93,1%, e também são mais de 70% dos trabalhadores da saúde humana e serviços sociais e da educação.

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Renda

Os rendimentos também reforçam a desigualdade. A média masculina foi de R$ 3.115 mensais, R$ 609 a mais do que a média feminina, que ficou em R$ 2.506. A diferença aumenta conforme o grau de instrução. 

Entre os trabalhadores com ensino superior completo, enquanto os homens ganhavam em média R$ 7.347, as mulheres recebiam cerca de 60% deste valor, ou seja, R$ 4.591. Apesar disso, as mulheres mantiveram-se mais instruídas: 28,9% das trabalhadoras tinha ensino superior completo, contra 17,3% dos trabalhadores homens.

O IBGE também identificou diferenças nos rendimentos obtidos com o trabalho considerando a cor ou raça. A menor quantia foi declarada pelos trabalhadores indígenas, R$1.653 mensais, seguida pelas pessoas pretas, R$2.061. Na outra ponta, os trabalhadores de cor ou raça amarela recebiam R$5.942, e os brancos, R$3.659.

De maneira geral, as pessoas pretas, pardas e indígenas apresentaram renda inferior, não somente com relação aos brancos e amarelos, mas na comparação com a média nacional, independente do grau de instrução. Mas isso se intensifica na análise apenas dos trabalhadores com ensino superior completo: indígenas recebiam menos da metade do valor pago às pessoas amarelas, R$3.799 contra R$8.411. A diferença entre pretos e brancos também é significativa: R$4.175, diante de R$6.547.

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O próprio grau de instrução também revelou grandes discrepâncias. Entre as pessoas brancas e amarelas, a proporção de pessoas com ensino superior superou a de trabalhadores sem instrução ou com ensino fundamental incompleto. Mas o inverso ocorre entre os pretos pardos e indígenas, e no ultimo caso, enquanto 34,7% dos trabalhadores não completou sequer o ciclo educacional mais básico, apenas 12,4% concluíram o ensino superior.

Pinheiros promove ação especial de Outubro Rosa em partida do Handebol Feminino





CDB Inteligência Diagnóstica e Alliança Saúde se unem ao Clube em campanha de prevenção ao câncer de mama e alerta o público sobre a importância do diagnóstico precoce

O Esporte Clube Pinheiros será palco, no dia 14 de outubro, às 20h30, de uma partida com um propósito que vai além do esporte. Em uma iniciativa em parceria com o CDB Inteligência Diagnóstica e a Alliança Saúde, o jogo do Super Paulistão de Handebol Feminino, contra o São Caetano marcará uma ação especial em apoio ao Outubro Rosa, campanha mundial de conscientização sobre a prevenção e o diagnóstico precoce do câncer de mama.

Com o objetivo de dar visibilidade a uma das causas mais importantes do calendário de saúde, as atletas do time feminino de Handebol do Pinheiros entrarão em quadra e realizarão o aquecimento usando uma camiseta exclusiva da campanha, criada especialmente para a data.

O evento promete ainda envolver o público presente com sorteios de brindes e um clima de conscientização e apoio à causa. Parceiro do Esporte Clube Pinheiros, o CDB Diagnósticos e a Alliança Saúde são responsáveis pelos exames e procedimentos de diagnóstico dos atletas, desde as categorias de base até o alto rendimento, e vê no esporte uma poderosa ferramenta para promover o bem-estar e a prevenção.

A iniciativa também busca atrair mais público para o ginásio, fortalecendo a torcida e o engajamento em torno do handebol feminino. O evento é aberto ao público, com ingressos gratuitos com retirada pelo Sympla: https://www.sympla.com.br/evento/handebol–super-paulistao-2025–adulto-f–ecp-x-sao-caetano/3160489

 

Falta um mês para o primeiro dia de provas do Enem 2025

Reta final! Falta um mês para as provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2025.

Nesta edição, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) aplicará as provas nos dias 9 e 16 de novembro.

Excepcionalmente, três municípios do Pará (Belém, Ananindeua e Marituba) terão agenda diferenciada devido à realização da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), entre 10 e 21 de novembro. Somente nesses municípios, a aplicação do Enem 2025 será nos dias 30 novembro e 7 de dezembro.

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Locais

O Enem 2025 será aplicado em 1.804 municípios brasileiros. O local de prova de cada participante será informado no Cartão de Confirmação da Inscrição, que será disponibilizado na internet, em data a ser divulgada pelo Inep.

Provas

O exame é composto por quatro provas objetivas e uma redação em língua portuguesa. Cada prova objetiva terá 45 questões de múltipla escolha.

O primeiro dia de provas terá a duração total de 5 horas e 30 minutos. Em 9 de novembro, além da prova de redação, serão cobradas as seguintes áreas do conhecimento: língua portuguesa; literatura; língua estrangeira (inglês ou espanhol); história; geografia; filosofia e sociologia, artes, educação física e tecnologias da informação e comunicação.

Já o segundo dia de provas do Enem, marcado para 16 de novembro, terá a duração total de 5 horas e avaliará as seguintes áreas: matemática, química, física e biologia.

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Redação

Para quem quer consultar dicas para se preparar para prova de redação, daqui a um mês, o Inep publicou, a nova edição da cartilha A Redação do Enem 2025 – Cartilha do Participante. 

A redação do Enem vale de 0 a 1 mil pontos.

A publicação traz informações como os critérios de avaliação da prova (matriz de referência) e amostras comentadas de redações que tiraram notas altas no Enem 2024, e que podem servir de exemplo para os novos participantes.

Enem

O Exame Nacional do Ensino Médio avalia o desempenho escolar dos estudantes ao término da educação básica. O exame é considerado a principal porta de entrada para a educação superior no Brasil, por meio do Sistema de Seleção Unificada (Sisu), do Programa Universidade para Todos (Prouni) e do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies).

Em 2025, o Enem voltará a ser uma opção para quem quer obter o certificado de conclusão do ensino médio ou a declaração parcial de proficiência.

Instituições de ensino públicas e privadas usam a nota do Enem, como critério único ou complementar, para selecionar estudantes.

Os resultados individuais do Enem também podem ser aproveitados nos processos seletivos de instituições de Portugal que possuem convênio com o Inep.

ESPORTES – PROFESSORA MARIANA – AULAS DE SALTOS ORNAMENTAIS

244/2025

Olá Srs Pais e Responsáveis,

Na semana de 28 a 31 de outubro as aulas do CAD Esportes da professora Mariana serão de Saltos Ornamentais. Para otimizar o tempo de aula, o ponto de encontro será direto na Piscina Externa.

Todos(as) os(as) alunos(as) devem estar com o exame dermatológico em dia. Tragam maiô/sunga, toalha e chinelo. É obrigatório o uso de maiô e/ou sunga, não é permitido fazer aula de shorts.

Em caso de chuva, a aula de Saltos Ornamentais continua até que o salva vidas interrompa por segurança, por isso pedimos para que as crianças venham de tênis e tragam uma troca de roupa para fazer a aula no ginásio do 4º andar se isso acontecer.

Obs. Não teremos reposição de aula em caso de cancelamento por chuva.

Para os(as) alunos(as) que não sabem nadar, por favor avisar por e-mail ou pessoalmente para a professora Mariana.

Nova fábrica de carros elétricos mostra confiança no Brasil, diz Lula

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quinta-feira (9), que a inauguração da nova fábrica de veículos elétricos e híbridos da chinesa BYD, em Camaçari (BA), mostra a confiança da montadora no desenvolvimento do Brasil. Ao participar do lançamento do complexo, Lula destacou a trajetória do presidente e fundador da companhia, Wang Chuanfu. 

“Esse homem conseguiu se transformar num gênio do carro elétrico, num gênio da tecnologia mais avançada do mundo e constrói essa fábrica extraordinária e deposita confiança no Brasil”, disse Lula.

Lula contou que Chuanfu ficou órfão ainda na adolescência e, mesmo com as dificuldades, conseguiu se desenvolver profissionalmente. 

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“Então, meus agradecimentos, eu quero que você saiba que o povo brasileiro e o povo baiano agradecem a sua disposição”, acrescentou Lula ao presidente da BYD.

O investimento da gigante asiática no complexo é de R$ 5,5 bilhões. Presente no Brasil há mais de uma década, a empresa tem outros investimentos no país, com unidades de produção em Campinas (SP) e Manaus (AM), e projetos de expansão e entrada em outros mercados da América Latina.

A nova planta em Camaçari tem capacidade inicial para produzir 150 mil veículos por ano e 300 mil, em uma segunda etapa. Atualmente, a unidade opera com a montagem de veículos. A partir de 2026, a produção será nacionalizada, com a inclusão de etapas como estamparia, soldagem e pintura, além de um maior índice de componentes fabricados no país.

De acordo com o governo, quando estiver em pleno funcionamento, o complexo terá potencial de gerar 20 mil empregos, entre diretos e indiretos, incluindo funcionários, prestadores de serviço e fornecedores.

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Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante visita à linha de montagem de veículos da BYD. Polo Petroquímico, Camaçari – BA. Foto: Ricardo Stuckert / PR – Ricardo Stuckert / PR

Tecnologia

Durante o evento, a BYD apresentou ao presidente Lula o primeiro veículo híbrido plugin flex do mundo. O sistema foi projetado e construído especialmente para o Brasil, numa tecnologia desenvolvida em cooperação entre engenheiros brasileiros e chineses, projetada para funcionar com qualquer proporção de etanol e gasolina.

A companhia chinesa se instalou na antiga fábrica da Ford no polo industrial da Camaçari. A unidade estava parada desde janeiro de 2021, quando o grupo Ford anunciou a saída do Brasil como fabricante, passando a atuar somente como importador.

As obras para instalação da BYD foram iniciadas em março de 2024. Segundo o governo, o complexo obteve a certificação internacional I-REC, que atesta que 100% da energia elétrica consumida vem de fontes limpas e renováveis.

ESPORTES 1 (turmas das 15h) – PROFESSOR VICTOR – AULAS DE SALTOS ORNAMENTAIS

245/2025

Olá Srs Pais e Responsáveis,

Na semana de 28 a 31 de outubro as aulas da turma das 15h do CAD Esportes 1 do professor Victor serão de Saltos Ornamentais. Para otimizar o tempo de aula, o ponto de encontro será direto na Piscina Externa.

Todos(as) os(as) alunos(as) devem estar com o exame dermatológico em dia. Tragam maiô/sunga, toalha e chinelo. É obrigatório o uso de maiô e/ou sunga, não é permitido fazer aula de shorts.

Em caso de chuva, a aula de Saltos Ornamentais continua até que o salva vidas interrompa por segurança, por isso pedimos para que as crianças venham de tênis e tragam uma troca de roupa para fazer a aula no ginásio do 4º andar se isso acontecer.

Obs. Não teremos reposição de aula em caso de cancelamento por chuva.

Para os(as) alunos(as) que não sabem nadar, por favor avisar por e-mail ou pessoalmente para o professor Victor.

nível de ocupação é menor que o registrado em 2010

O nível de ocupação da população brasileira chegou a 53,3% em 2022, de acordo com os dados do Censo. Isso significa que pouco mais da metade das pessoas com 14 anos de idade ou mais estava trabalhando quando a pesquisa foi realizada. A proporção é um pouco menor do que a verificada no Censo anterior, realizado em 2010, quando 55,5% das pessoas a partir desta idade estavam ocupadas.

“Em 2010, a economia estava mais aquecida. Já em 2022, a gente estava saindo da pandemia. Tem um movimento de recuperação em 2022, mas ainda não estava plenamente recuperada a economia”, explica o analista do IBGE João Hallack Neto.

Os dados do Censo relativos a trabalho e rendimentos foram divulgados nesta quinta-feira (09) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística e se referem a respostas dadas por cerca de 10% da população, selecionada de forma aleatória para compor uma amostra, que respondeu um questionário mais completo do que as questões básicas aplicadas a todas as pessoas.  

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Eles mostram ainda que 11,1% dos adolescentes entre 14 e 17 anos já exerciam algum tipo de trabalho no momento da pesquisa. Na outra ponta, 14,9% das pessoas com 65 anos ou mais também trabalhavam.

Renda

Em contrapartida, os trabalhadores brasileiros recebiam, em 2022, R$ 2.851 por mês, em média, mas 35,3% das pessoas tinha remuneração de, no máximo, 1 salário mínimo, o que na época equivalia a R$1.212. Neste quesito, houve um ligeiro avanço entre os anos, já que a proporção no Censo de 2010 foi 36,4%.

Nas duas edições da pesquisa, a maioria dos trabalhadores recebia entre 1 e 5 salários mínimos, proporção que subiu de 54% para 57%, entre 2010 e 2022. Por outro lado, a parcela de pessoas com rendimentos provenientes do trabalho superiores a 5 salários mínimos caiu, de 9,6% para 7,6%.

Ainda de acordo com o Censo, o rendimento proveniente do trabalho era responsável por 75,5% da renda mensal domiciliar, enquanto fontes como aposentaria, pensão, benefícios de programas sociais do governo e aluguéis correspondiam aos outros 24,5%.

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A relação entre o nível educacional e a remuneração também foi comprovada: trabalhadores com ensino superior completo recebiam, em média, R$5.796, cerca de R$3.500 a mais do que quem tinha completado apenas o ensino médio, população com renda média de R$2.291 mensais.

Trabalho

Algumas mudanças no mercado de trabalho também apareceram na pesquisa. Em 2022, a população ocupada como empregados somou 69,2%, quase 5 pontos percentuais a menos do que em 2010. Já os trabalhadores por conta própria somavam 26,7%, um aumento de mais de 4 pontos na comparação com 2010, quando eles perfaziam 22,4%. Apesar da proporção de empregadores ser bem menor, também houve aumento entre os anos, de 2,1% para 3,3%

Entre os empregados, a maioria atuava no setor privado com carteira assinada, em 2022: 56,3%. Em seguida, vem os trabalhadores sem carteira do setor privado, que somavam 18,5% e os militares e estatutários, 13,7%.

Regiões

A pesquisa também identificou algumas diferenças regionais. Quanto ao nível de ocupação, por exemplo, a média brasileira de 53,3% foi superada nas regiões Sudeste e Centro-Oeste e no Sul, onde foi verificada a maior proporção: 60,3%. Já no Norte e Nordeste, menos da metade da população com mais de 14 anos estava ocupada no momento da pesquisa: 48,4% e 45,6%, respectivamente.

Essa desigualdade também apareceu nos rendimentos obtidos com o trabalho. No Centro-Oeste, essa renda representava 80,6% do total de rendimentos declarados pelos domicílios, 12,8 pontos percentuais a mais do que a proporção de 67,9% verificada no Nordeste. Nas outras três regiões, a relação ficou na casa dos 76%. Já o rendimento médio mensal de todos os trabalhos variou de R$ 2.015 no Nordeste, a R$ 3.292 no Centro-Oeste, ficando em R$ 2.238 na Região Norte, R$ 3.154 na Região Sudeste e R$ 3.190 no Sul.

“Do total de municípios, 520 deles apresentaram rendimento nominal abaixo de um salário mínimo, enquanto 19 deles possuem um indicador acima de quatro salários mínimos. Ilustrando a desigualdade tão grande que a gente tem disseminada pela história, os 10 municípios com menores rendimentos situavam-se na Região Nordeste. Por outro lado, 10 municípios com maiores rendimentos médios estavam nas regiões Sul e Sudeste”, complementa o analista do IBGE João Hallack Neto.

Brasil pode suprir demanda por bioenergia sem desmatar, aponta estudo

O estudo Biocombustíveis no Brasil: Alinhando Transição Energética e Uso da Terra para um País Carbono Negativo, lançado nesta quarta-feira (8), aponta caminhos para o país atender ao crescimento da demanda por bioenergia reduzindo 92% das emissões de gases do efeito estufa e sem desmatar.

A pesquisa foi realizada pelo Instituto de Energia e Meio Ambiente (Iema), com apoio do Observatório do Clima (OC).

O estudo aponta que o Brasil pode dobrar a atual produção e consumo de biocombustíveis como etanol, biodiesel e bioquerosene até 2050, aproveitando apenas um quarto dos 100 milhões de hectares (ha) de pastos degradados existentes.

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Segundo Felipe Barcellos, pesquisador do Iema, partindo de dados do Mapbiomas que apontam a existência de 100 milhões de ha de pasto degradado, sem considerar os pastos de alto vigor, o estudo considerou o que seria necessário ser recuperado em áreas naturais para cumprir as salvaguardas ambientais, além da expansão da agricultura e da pecuária para garantir segurança alimentar.

“O grande achado do estudo é que a gente tem cerca de 56 milhões de hectares de pastagens degradadas que, podem ser recuperadas para a agricultura. E dentro dessas 56 milhões de hectares, a gente poderia usar cerca de 35 a 20 milhões de hectares para biocombustíveis”, diz.

De acordo com o pesquisador, o estudo é uma continuidade de dois trabalhos anteriores: a Proposta de NDC (Contribuições Nacionalmente Determinadas) do Observatório do Clima, apresentada em agosto de 2024, e uma análise sobre o futuro da energia no Brasil.

“Então, combinou esses dois cenários, tanto de energia quanto de uso da terra, para avaliar se seria possível o aumento dos biocombustíveis e os cenários serem compatíveis com não aumentar as emissões por desmatamento, não competir com alimentos, mas também reduzir as emissões de energia produzindo biocombustíveis”, explica.

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Segurança alimentar

De acordo com o estudo, essa resposta foi positiva, de forma que o Brasil pode aumentar a produção de matéria-prima para biocombustíveis considerando a demanda necessária para uma economia negativa em carbono, até 2050, e ocupando apenas pastos degradados sem avançar sobre áreas naturais ou de produção de alimento.

Segundo Felipe Barcellos, a transição energética exige estratégias de curto, médio e longo prazo e, para o Brasil, o uso de biocombustíveis está entre um dos cenários mais imediatos e viáveis para reduzir as emissões de gases do efeito estufa, especialmente no setor de transporte.

“Esses 35 milhões de hectares seriam adicionados, porque a produção de biocombustíveis já faz uso de áreas da agricultura, mas tem que aumentar cerca de 35 a 20 milhões de hectares para atender esse período. Não é uma demanda de uso da terra pequena e precisa ser controlada da melhor maneira”, diz.

Investimento

Na avaliação dos pesquisadores, é necessário ampliar políticas públicas de incentivo à recuperação de pastagens, tanto para regeneração de vegetação nativa quanto para o setor produtivo, além de melhorar o monitoramento das áreas e o rastreamento da cadeia produtiva do biocombustível.

“Um exemplo é o programa Caminhos Verde Brasil hoje, que é de incentivo de recuperação de pastagens e produção de biocombustíveis ou de pastagens de alto vigor”, cita Barcellos.

O setor privado também precisa fazer sua parte, aumentando a produtividade em espaços menores e diversificando o uso de matéria prima.

“O etanol hoje, por exemplo, que é comercialmente difundido no Brasil, é chamado de primeira geração e utiliza o álcool da cana-de-açúcar. Mas a gente poderia aumentar a produtividade desse etanol produzindo também o etanol de segunda geração, que é o etanol produzido a partir do bagaço”, diz.

Para intensificar e ainda evitar a degradação do uso do solo, o estudo também sugere ir além das monoculturas mais usadas na produção de biodiesel, como a soja e o milho.

“A ideia é entender outros métodos produtivos que também possam ser utilizados e que sejam menos degradantes do solo, com menos impactos negativos, como é o caso da monocultura. E aí a macaúba, é um exemplo, por ser uma espécie brasileira, do continente americano, ela pode ser utilizada em outros modelos, como agrofloresta e ser plantada em menores espaços”, diz

Debate

Segundo a coordenadora de políticas públicas do Observatório do Clima, Suely Araújo, com a proximidade da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), em novembro no Brasil, o estudo é uma ferramenta que vai reforçar um amplo debate sobre os possíveis modelos de transição e como eles atendem a cada país.

“Esse estudo faz parte de um processo que tem a ver com a consolidação do Grupo de Trabalho Clima e Energia do Observatório do Clima. Temos 30 organizações que tem se especializado em energia para contribuir e ampliar o olhar sobre o tema”, diz.

Para os pesquisadores, o importante é subsidiar o debate com soluções que possibilitem uma transições justas conforme a realidade de cada território.

No caso do Brasil, a eletrificação de frotas responsáveis pelo transporte de alimentos ainda não será possível em um curto prazo, mas o uso difundido de biocombustível pode preencher essa lacuna.

“A ideia é intensificação, mas com um olhar focado em pastagens degradadas e um olhar muito atento às salvaguardas ambientais, muito mais do que se faz hoje”, conclui Suely Araújo.

 

Tema urbano precisa ser discutido na COP30, defende Jader Filho

O ministro das Cidades, Jader Barbalho Filho, disse nesta quinta-feira (9), em São Paulo, que o governo federal pretende discutir temas ligados às cidades na 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), em Belém.

Nós precisamos inserir o tema urbano [na COP30]. O tema urbano precisa ter mais protagonismo, mais importância e mais espaço nas COP. Não estamos falando só de meio ambiente, não estamos falando só sobre clima. A gente precisa falar [sobre as cidades]. A maioria das famílias no Brasil, 70% delas, vivem nas cidades”, disse o ministro, no evento Incorpora 2025, que reúne autoridades públicas, CEO das maiores incorporadoras do país e representantes de instituições financeiras e especialistas para discutir os desafios e oportunidades do setor imobiliário no Brasil.

Segundo o ministro, as cidades são as responsáveis pela maior parte das emissões de gases de efeito estufa no planeta e, por isso, a COP precisa começar a discutir temas como saneamento, habitação e mobilidade. 

Dino autoriza silêncio de presidente de sindicato na CPMI do INSS

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“Não quero desfazer da importância de a gente discutir a floresta, a questão do desmatamento e tantos outros problemas que nós temos em relação ao meio ambiente. Mas nós precisamos inserir, sim, o tema urbano”, defendeu.

Para levar essas discussões para a COP30, Jader Barbalho Filho disse que o ministério vai instalar o Pavilhão das Cidades no evento. 

“Não será o pavilhão do Ministério da Cidade, mas o Pavilhão das Cidades, tanto as do Brasil quanto a de todos os países que vão participar da COP”, disse.

Rubio faz contato com chanceler brasileiro para tratar de tarifaço

Lula defende que fintechs “paguem o imposto devido a esse país”

Dino autoriza silêncio de presidente de sindicato na CPMI do INSS

O ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu que o presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos da Força Sindical (Sindnapi) pode ficar em silêncio nesta quinta-feira (9), em depoimento marcado na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) sobre as fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). 

Pela decisão, Milton Baptista de Souza Filho, conhecido como Milton Cavalo, fica desobrigado de responder a perguntas de deputados e senadores, diante do risco de que as respostas possam incriminá-lo. 

Para Dino, o dirigente sindical é obrigado a comparecer, mas pode ficar calado, uma vez que “há indícios de que a convocação, ainda que formalmente na qualidade de testemunha, se insere em uma dinâmica investigativa que pode expô-lo à produção forçada de prova contra si próprio”. 

Inflação medida pelo INPC registra 0,52% em setembro e 5,1% em 12 meses

Rubio faz contato com chanceler brasileiro para tratar de tarifaço

O presidente da CPMI do INSS, senador Carlos Viana (Podemos-MG), reclamou da “blindagem de pessoas próximas ao governo”, que estariam “usando a legislação” para não dar explicações. 

A convocação de Milton Cavalo para depor na CPMI foi requerida por diversos parlamentares de oposição ao governo. O Sindnapi, o qual preside, é uma das mais de dez entidades associativas investigadas por fraudes em aposentadorias e pensões do INSS. 

O sindicato tem como vice-presidente José Ferreira da Silva, conhecido como Frei Chico, irmão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O sindicalista, contudo, não figura como alvo das investigações. 

Lula defende que fintechs “paguem o imposto devido a esse país”

Depois de queda em agosto, inflação oficial sobe 0,48% em setembro

Inflação medida pelo INPC registra 0,52% em setembro e 5,1% em 12 meses

A inflação apurada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) fechou setembro em 0,52%. No ano, o indicador soma 3,62%. Já no acumulado de 12 meses, a alta é de 5,1%.

Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (9) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Salários

O INPC é muito utilizado como indexador para cálculo de reajuste anual de salários de diversas categorias.

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O salário mínimo, por exemplo, além de outras métricas, leva o INPC anual de novembro para chegar ao valor no ano seguinte. O seguro-desemprego, o benefício e o teto do INSS são reajustados com base no resultado de dezembro.

Resultado no mês

Em setembro, dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados pelo IBGE, três apresentaram deflação (recuo de preços na média):

  •  Habitação: 3,28%
  •  Vestuário: 0,60%
  •  Despesas pessoais: 0,33%
  •  Educação: 0,08%
  •  Saúde e cuidados pessoais: 0,03%
  •  Transportes: 0,02%
  •  Comunicação: -0,22%
  •  Alimentação e bebidas: -0,33%
  •  Artigos de residência: -0,45%

A queda de preços de alimentos e bebidas acontece pelo quarto mês seguido.

A explicação para a alta da habitação está no encarecimento da conta de luz (10,57%), causada pela devolução do Bônus Itaipu, desconto na conta de agosto que beneficiou 80,8 milhões de consumidores.

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Início do defeso da piracema restringe pesca comercial no país

Além do fim do bônus, a conta de luz sofre influência da vigência da bandeira tarifária vermelha patamar 2, que adicionou R$ 7,87 na conta de luz a cada 100 Kwh consumidos.

A cobrança extra é determinada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para custear usinas termelétricas em tempos de baixa nos reservatórios das hidrelétricas. O adicional é necessário, pois a energia gerada pelas termelétricas é mais cara que a hidrelétrica.

Para outubro, a Aneel determinou a volta da bandeira vermelha patamar 1,com adicional de R$ 4,46.

INPC x IPCA

O IBGE divulgou também nesta quinta-feira o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), conhecido como inflação oficial, que ficou em 0,48% em setembro e 5,17% em 12 meses. 

A diferença entre os dois índices é que o INPC apura a inflação para as famílias com renda de um até cinco salários mínimos e o IPCA para lares com renda de um até 40 salários mínimos. Atualmente o mínimo é de R$ 1.518. 

O IBGE confere pesos diferentes aos grupos de preços pesquisados. No INPC, por exemplo, os alimentos representam quase 25% do índice, mais do que no IPCA, cerca de 21%, pois as famílias de menor renda gastam proporcionalmente mais com comida. Na ótica inversa, o preço de passagem de avião pesa menos no INPC do que no IPCA.

De acordo com o IBGE, a apuração do INPC “tem por objetivo a correção do poder de compra dos salários, através da mensuração das variações de preços da cesta de consumo da população assalariada com mais baixo rendimento”.

A coleta de preços é feita em dez regiões metropolitanas: Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Vitória, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba e Porto Alegre. A coleta também é feita em Brasília, Goiânia, Campo Grande (MS), Rio Branco, São Luís e Aracaju.

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva informou, nesta quinta-feira (9), que o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, já entrou em contato com o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, para tratarem da taxação extra aos produtos brasileiros exportados para aquele país. Lula e o presidente Donald Trump, conversaram por videoconferência na segunda-feira (6) e, segundo Lula, as negociações agora entram em outro momento.

“Confesso que fiquei surpreso com o resultado da conversa, porque era uma coisa que parecia que não iria acontecer, parecia impossível”, disse Lula, lembrando que eles também conversaram rapidamente nos bastidores da Assembleia-Geral das Nações Unidas no mês passado.

“Ele me telefonou e no telefonema havia uma expectativa de que ia ter muita discussão. Me ligou da forma mais gentil que um ser humano pode lidar com o outro. Eu, tratando de forma civilizada, e ele me tratando de forma civilizada”, acrescentou Lula. Os dois presidentes trocaram seus números de telefone para estabelecer uma via direta de comunicação e, também, devem se encontrar pessoalmente em breve.

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“Nós somos dois senhores de 80 anos, presidimos as duas maiores democracias do Ocidente e precisamos passar para o resto do mundo cordialidade e harmonia, e não discórdia e briga. Então, foi uma coisa extraordinária, eu falei com ele que era preciso retirar a taxação dos produtos brasileiros, que ele tinha sido mal informado. Então, agora, começa outro momento”, afirmou Lula em entrevista à Rádio Piatã, da Bahia.

Primeiras conversas

Trump designou o secretário de Estado, Marco Rubio, para dar sequência às negociações. “Talvez comece a ter conversa a partir de agora e vamos ver se a gente consegue se acertar, porque o Brasil não quer briga com os Estados Unidos”, disse o presidente.

“Os Estados Unidos são uma aliança de 201 anos, é uma coisa muito forte. Então, queremos manter uma relação boa, civilizada, democrática, respeitosa sem abrir mão do nosso conceito de democracia e da nossa soberania”, completou Lula.

Em nota divulgada hoje, o Itamaraty confirmou a conversa entre Rubio e Vieira. Os dois devem se reunir em breve, em Washington, “para dar seguimento ao tratamento das questões econômico-comerciais entre os dois países, conforme definido pelos presidentes”.

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“O secretário de Estado convidou o ministro Mauro Vieira para que integre a delegação, de modo a permitir uma reunião presencial entre ambos, para tratar dos temas prioritários da relação entre o Brasil e os Estados Unidos”, diz a nota.

Tarifaço

O tarifaço imposto ao Brasil faz parte da nova política da Casa Branca, inaugurada pelo presidente Donald Trump, de elevar as tarifas contra parceiros comerciais na tentativa de reverter a relativa perda de competitividade da economia dos Estados Unidos para a China nas últimas décadas.

No dia 2 de abril, Trump impôs barreiras alfandegárias a países de acordo com o tamanho do déficit que os Estados Unidos têm com cada nação. Como os EUA têm superávit com o Brasil, na ocasião foi imposta a taxa mais baixa, de 10%.

Porém, em 6 de agosto, entrou em vigor uma tarifa adicional de 40% contra o Brasil em retaliação a decisões que, segundo Trump, prejudicariam as big techs estadunidenses e em resposta ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, condenado por liderar uma tentativa de golpe de Estado após perder as eleições de 2022.

Entre os produtos tarifados pelos Estados Unidos estão café, frutas e carnes. Inicialmente, cerca de 700 itens (45% das exportações do Brasil aos EUA) como suco e polpa de laranja, combustíveis, minérios, fertilizantes e aeronaves civis, incluindo seus motores, peças e componentes, ficaram fora da taxação. Depois, outros produtos também foram livrados das tarifas adicionais.

Lula defende que fintechs “paguem o imposto devido a esse país”

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu, nesta quinta-feira (9), que o sistema financeiro, sobretudo as fintechs, “paguem o imposto devido a esse país”. Lula comentou sobre a decisão da Câmara dos Deputados de retirar de pauta a votação da medida provisória (MP) que taxaria rendimentos de aplicações financeiras e apostas esportivas e compensaria a revogação de decreto que previa aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), que sofreu críticas do mercado financeiro e de parlamentares.

O governo, agora, deve procurar outras alternativas para aumentar a arrecadação e cumprir a meta fiscal, corte gastos também devem ser feitos. Lula está com agenda de viagens até o início da semana que vem e, segundo ele, no retorno, vai reunir sua equipe para avaliar os cenários possíveis.

“Eu volto na quarta-feira [15] para Brasília, aí sim, eu vou reunir o governo para discutir como é que a gente vai propor que o sistema financeiro, sobretudo as fintechs, que tem fintech hoje maior do que banco, que elas paguem o imposto devido a esse país”, disse Lula em entrevista à Rádio Piatã, da Bahia. Hoje, o presidente cumpre agenda no estado.

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As fintechs são empresas de inovação que se diferenciam pelo uso da tecnologia para oferecer serviços financeiros digitais. Segundo Lula, hoje, há Fintechs maiores do que alguns bancos e que não pagam impostos proporcionais ao tamanho do negócio. 

A MP precisava ser aprovada até esta quarta-feira (8) para não perder a eficácia. Com a retirada da pauta, apresentada pela oposição, o texto caducou.

A versão original da MP propunha a taxação de bilionários, bancos e bets (empresas de apostas eletrônicas) como forma de aumentar a arrecadação. A ideia, por exemplo, era taxar a receita bruta das bets com alíquota entre 12% e 18%, além da taxação de aplicações financeiras, como as Letras de Crédito Agrário (LCA), de Crédito Imobiliário (LCI) e de Desenvolvimento (LCD), bem como juros sobre capital próprio.

A previsão inicial era arrecadar cerca de R$ 10,5 bilhões em 2025 e R$ 21 bilhões, em 2026. Com as negociações, a projeção caiu para R$ 17 bilhões. O texto também previa corte de R$ 4,28 bilhões de gastos obrigatórios.

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“Nós estávamos propondo uma [taxação] de 18%, foi negociado para as [bets] pagar apenas 12%, ainda assim eles não quiseram e se recusaram pagar. É engraçado que o povo trabalhador paga 27,5% de imposto renda do seu salário e os ricos não querem pagar 12%, não querem pagar 18%”, disse Lula.

O presidente reafirmou que não foi uma derrota do governo, foi uma derrota imposta ao povo brasileiro.

“Derrotaram a possibilidade de melhorar a qualidade de vida do povo brasileiro, tirando mais dinheiro dos ricos e distribuindo para os pobres. Foi isso que aconteceu ontem no Congresso Nacional”, disse.

Antes da votação, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, cobrou que o Congresso Nacional cumprisse o acordo firmado com o governo federal para aprovação da MP. Haddad disse que o governo manteve diálogo com os parlamentares e que fez concessões. No entanto, os partidos do centrão vinham se posicionando contra a medida.

 

Governo de Mato Grosso do Sul abre portas e transforma vidas com qualificação profissional e emprego

Ao comemorar 48 anos, Mato Grosso do Sul conta sua história através do seu povo e das oportunidades que mudam a vida das pessoas. Muitas vezes o que falta é um apoio e qualificação profissional, para abrir portas que antes estavam fechadas. Com este foco o Governo do Estado criou dois programas inovadores: Voucher Transportador e Voucher Desenvolvedor.

Katielly de Souza Pereira não estava satisfeita com sua carreira profissional e sonhava em mudar de vida. Foi quando ela resolveu se tornar motorista. Primeiro tirou a carteira “D” para ser tratorista em uma fazenda em Ivinhema. Animou e queria seguir nesta profissão.

Katielly de Souza (Arquivo Pessoal)

Anos depois conheceu o “Voucher Transportador” pelas redes sociais. O programa do Governo do Estado proporciona qualificação gratuita para motoristas de carga e ônibus. Além de receber treinamento especializado, os participantes têm a oportunidade de adicionar as categorias “D” e “E”, sem nenhum custo.

REPUBLICAÇÃO DO AVISO DE CONVOCAÇÃO – PREGÃO Nº 24/2025 PROCESSO Nº 101/2025 APRESENTAÇÃO DO SISTEMA. – Prefeitura Municipal de Bonito

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“Fiz a inscrição, mas não estava confiante, porém entraram em contato comigo na terceira chamada. Fiz o curso e consegui a carteira “E” sem gastar nada. Terminei tudo em julho de 2024. Foi quando já comecei a procurar emprego na área. Meu objetivo era dirigir carreta. Na época ganhava um salário mínimo como promotora de vendas”.

Ela seguiu confiante e as oportunidades começaram a aparecer. A primeira chance foi em Ribas do Rio Pardo, no entanto tinha que morar na cidade. “O aluguel era caro, tenho dois filhos também, mas não desisti e continuei atrás. Foi quando fui selecionada para outra empresa como motorista de carreta. Agora dirijo uma (carreta) de nove eixos (tritrem) e estou há um ano e dois meses na função. Com salário muito melhor”.

Katielly de Souza transporta madeira no Vale da Celulose (Foto: Arquivo Pessoal)

Com o coração na estrada, ela faz a rota Sonora, Ribas do Rio Pardo, Palmeiras (distrito) e Campo Grande. “Os cursos e o Voucher foram importantes para eu conseguir este emprego. Se não fosse o programa não tinha chegado onde desejava. Agora posso dar melhores condições para minha família”.

Estas histórias foram possíveis por uma decisão e convicção da gestão estadual. “O Governo é um agente que liga os pontos, para alcançar as pessoas. Para ter um Estado próspero, ele precisa ser inclusivo, chegar lá na ponta. Este é um programa para quem busca um emprego, uma nova oportunidade, em um setor que tem uma demanda reprimida e precisa de profissionais qualificados. Nosso objetivo é facilitar e tornar isto possível, para aumentar a renda das pessoas”, afirmou o governador Eduardo Riedel. 

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Nota Oficial – Prefeitura Municipal de Bonito

Voucher Transportador abre portas para quem deseja seguir na profissão (Foto: Álvaro Rezende)

Premiação e reconhecimento

Rafael Rodrigues é mais um exemplo de que quando as “portas se abrem” as oportunidades aparecem. Ele foi aluno do “Voucher Desenvolvedor”. O programa atende à crescente demanda por profissionais na área de Tecnologia da Informação, promovendo a formação técnica de jovens e adultos em Análise e Desenvolvimento de Sistemas.

Depois de fazer parte do programa, Rafael foi premiado em diversas maratonas nacionais da área e ainda conseguiu sucesso na profissão. “Computadores, equipes e professores me ajudaram a trazer medalhas para Mato Grosso do Sul na área de desenvolvimento de sistemas. Só posso agradecer, nunca pensei viver tudo isto. Atualmente vou fazer um projeto de um sistema para o (hospital) São Julião”, afirmou.

Rafael Rodrigues ex-aluno do Voucher Desenvolvedor (Foto: Mairinco de Pauda/Semadesc)

Rodrigues destaca que o programa deu o suporte e as condições para este avanço profissional. “O Voucher (Desenvolvedor) conseguiu realizar e contribuir com a minha formação. Estou vivenciando toda esta experiencia com desenvolvimento de software. Atualmente a área de programação é uma das melhores para seguir, com crescimento muito alto. Se estudar e se dedicar consegue ir muito longe, tem espaço para o futuro”.

Para o secretário da Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação), Jaime Verruck, o Voucher Desenvolvedor nasceu com o propósito de conectar a juventude ao mercado de trabalho, com foco na demanda real do setor produtivo, especialmente na área de tecnologia.

“Esse é um exemplo concreto de como a qualificação técnica, aliada ao planejamento e à articulação com o setor produtivo, pode transformar a realidade de centenas de jovens. A tecnologia é uma das prioridades do Governo do Estado, e formar profissionais para esse mercado é fundamental”.

Voucher Desenvolvedor teve estudantes como público alvo (Foto: Álvaro Rezende)

Esaú Aguiar, secretário-executivo de Qualificação Profissional e Trabalho, garantiu que Mato Grosso do Sul está se transformando em referência nacional, com programas que levam qualificação e dão novas oportunidades a quem procura. Inclusão, geração de empregos e aumento de renda.

“Estamos preparando nosso capital humano para as profissões do futuro, de forma inclusiva e estratégica. O Voucher Desenvolvedor é uma política pública que transforma realidades e impulsiona a modernização do nosso Estado. Ele foi pensado para gerar resultados rápidos e efetivos”, completou.

Governador no lançamento do MS Qualifica (Foto: Saul Schramm)

Qualificação

Para coordenar e abrigar todas estas iniciativas de sucesso, o Governo do Estado criou o programa MS Qualifica já atendeu milhares de pessoas desde 2023 com capacitação profissional para inserção no mercado de trabalho. A principal missão é capacitar profissionais para setores que estão com vagas abertas, mas que não são preenchidas por falta de qualificação.

O Voucher Transportador já beneficiou 2.688 profissionais. Pessoas que já eram do setor ou se interessaram em se tornar motoristas, mas muitas vezes não tinham recursos para fazer os cursos e trocar a habilitação para as categorias D e E. Uma demanda que surgiu do setor de transporte, que tem muitas vagas disponíveis.

Já o Voucher Desenvolvedor já formou 372 alunos, distribuídos em cinco municípios: Campo Grande, Dourados, Corumbá, Ponta Porã e Três Lagoas. Desenvolvido pela Semadesc, em parceria com a SED (Secretaria de Educação) e Fecomércio (Sistema da Federação de Comércio), teve como público alvo alunos do ensino médio da Rede Estadual de Ensino. O Governo do Estado já emitiu 16.670 certificados de capacitação profissional desde 2023. 

Leonardo Rocha, Comunicação do Governo de MS
Foto de capa: Álvaro Rezende/Secom/Arquivo

Depois de queda em agosto, inflação oficial sobe 0,48% em setembro

Com influência da alta da conta de luz, a inflação oficial de setembro ficou em 0,48%, invertendo o comportamento de agosto, quando caiu 0,11%. Em 12 meses, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumula 5,17%, acima da meta do governo, que vai a 4,5% no máximo.

Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (9) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O grupo habitação exerceu a maior pressão nos preços, subindo 2,97% – representando impacto de 0,45 ponto percentual (p.p.) no IPCA do mês. Dentro do grupo, o subitem energia elétrica residencial, que havia variado -4,21% em agosto, subiu 10,31% em setembro, registrando o maior impacto individual (0,41 p.p.) na inflação.

Início do defeso da piracema restringe pesca comercial no país

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A alta da conta de luz é explicada pela “devolução” do Bônus Itaipu, desconto na conta de agosto que beneficiou 80,8 milhões de consumidores. Em setembro, sem o bônus, a fatura fica mais alta na comparação com o mês anterior.

Além do fim do bônus, a conta de luz sofre influência da vigência da bandeira tarifária vermelha patamar 2, que adicionou R$ 7,87 na conta de luz a cada 100 Kwh consumidos.

A cobrança extra é determinada pela Aneel para custear usinas termelétricas em tempos de baixa nos reservatórios das hidrelétricas. O adicional é necessário, pois a energia gerada pelas termelétricas é mais cara que a hidrelétrica.

Alimentos caem pelo 4º mês

Apesar de o IPCA ter retomado o campo positivo em setembro, o grupo alimentos e bebidas manteve a trajetória de queda e apresentou o quarto mês seguido de recuo nos preços (-0,26%).

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Os destaques foram:

– tomate: -11,52%

– cebola: -10,16%

– alho: -8,70%

– batata-inglesa: -8,55%

– arroz: -2,14%

O índice

O IPCA apura o custo de vida para famílias com rendimentos entre um e 40 salários mínimos. 

A coleta de preços é feita em dez regiões metropolitanas – Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Vitória, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba, Porto Alegre – além de Brasília e nas capitais Goiânia, Campo Grande, Rio Branco, São Luís e Aracaju. 
 

Início do defeso da piracema restringe pesca comercial no país

Está em vigor, desde 1º de outubro, o período de defeso da piracema, quando a pesca comercial fica temporariamente proibida até 31 de janeiro de 2026.  A medida busca garantir o ciclo natural de reprodução dos peixes e a conservação dos recursos pesqueiros e abrange os rios das bacias hidrográficas do Paraguai, Amazonas e Araguaia-Tocantins, em Mato Grosso.

O período restringe a pesca comercial em todos os rios e lagoas do Brasil na fase de reprodução dos peixes. As restrições ocorrem em datas específicas, variando entre os estados e bacias hidrográficas de cada região, e incluem a proibição da pesca de espécies nativas e a restrição de modalidades de pesca, especialmente em áreas como barragens, cachoeiras e confluências de rios. 

No período, é permitida apenas a pesca de subsistência, desembarcada. Fica proibido o transporte e a comercialização da pesca no período e só é permitida a venda de peixes com origem comprovada de aquicultura ou pesque-pague, licenciados.

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Período de Defeso 

Durante a piracema é estabelecido o período de defeso, no qual a pesca fica proibida para fins comerciais. Assim, os pescadores e pescadoras artesanais e industriais têm suas atividades temporariamente suspensas. Quem desrespeitar a proibição comete crime ambiental.

De acordo com o decreto que regulamenta a Lei de Crimes Ambientais, o infrator pode sofrer pena de detenção de até três anos e multa de R$ 700 a R$ 100 mil, acrescida de R$ 20 por quilo de pescado apreendido. Também são confiscados barcos, motores, redes e demais equipamentos utilizados. 

Entenda o que é a piracema

A palavra “piracema” vem do tupi e significa “subida dos peixes”. É o fenômeno natural em que os peixes nadam contra a correnteza em busca de locais adequados para a reprodução. Esse processo é fundamental para a manutenção das espécies e o equilíbrio ecológico dos rios e lagos. O ciclo varia de acordo com cada espécie e região, mas, no Brasil, costuma ocorrer entre setembro e março. 

A coordenadora-geral de Gestão Participativa Continental da Secretaria Nacional de Pesca Artesanal, Bianca Larissa de Mesquita Sousa, esclarece que a piracema é um período essencial para a manutenção dos recursos pesqueiros e para o equilíbrio ecológico dos ambientes aquáticos. 

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“É um momento crucial para que ocorra a desova e o nascimento de novos indivíduos, garantindo a reposição natural dos estoques e a continuidade da pesca no futuro”, explicou.  

Bianca esclareceu que os períodos de defeso são definidos com base em dados científicos e estudos técnicos de órgãos de pesquisa, instituições ambientais e equipes de gestão pesqueira.

“Essas informações permitem identificar os momentos críticos do ciclo reprodutivo das espécies e, assim, estabelecer as datas adequadas para a suspensão da pesca”. 

Regiões do país

O período de defeso é diferenciado por regiões do país. Ele é determinado, segundo o ciclo natural das espécies e onde e quando elas ocorrem. Recentemente, o Ministério da Pesca e Aquicultura divulgou uma lista com os períodos de defeso em todos os municípios do país. 

Seguro-Defeso 

No período de defeso, os pescadores artesanais têm direito a receber o Seguro- Desemprego do Pescador Artesanal, conhecido como seguro-defeso. O benefício foi criado em 2003 e garante ajuda mensal de um salário mínimo para cada profissional.  

Para receber o seguro-defeso, o pescador deve viver unicamente da pesca, estar registrado no Registro Geral da Atividade Pesqueira (RGP) e possuir a Licença de Pescador Profissional, estando em dia com as obrigações legais. Além disso, após dezembro de 2025, também será necessário ter a Carteira de Identidade Nacional (CIN). 

A coordenadora Bianca Sousa esclarece que o respeito ao defeso é uma responsabilidade coletiva, compartilhada entre pescadores, gestores públicos e toda a sociedade.

“Cumprir as regras da piracema é um ato de compromisso com a sustentabilidade. Cada pescador que suspende suas atividades nesse período contribui diretamente para a conservação das espécies e para o equilíbrio dos ecossistemas aquáticos”, afirmou. 

Ela acrescenta que o seguro-defeso tem papel estratégico nesse processo, pois cria as condições necessárias para que o pescador artesanal possa respeitar a paralisação da pesca.

“Esse instrumento assegura que o pescador possa cumprir as restrições temporárias sem comprometer seu sustento, fortalecendo a adesão ao defeso e garantindo a efetividade das medidas de proteção aos peixes”. 

Fiscalização

Em junho deste ano, entrou em vigor uma medida provisória, criando novas regras para a concessão do seguro-defeso. O objetivo é combater fraudes e outras irregularidades.  

O governo federal também tem ampliado a fiscalização. Para o ministro da Pesca e Aquicultura, André de Paula, essas ações são fundamentais para garantir a conformidade e a transparência na concessão do benefício.

“O governo sempre atuará para combater as fraudes, de modo a assegurar o pagamento a quem de fato tem direito”, afirmou. 

PF deflagra nova fase de operação em oito estados

A Polícia Federal (PF) deflagra nesta quinta-feira (9) uma nova fase da Operação Sem Desconto, que investiga um esquema nacional de descontos associativos não autorizados em aposentadorias e pensões do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). A ação tem o apoio da Controladoria-Geral da União (CGU).

Em nota, a corporação informou que estão sendo cumpridos 66 mandados de busca e apreensão, expedidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF), nos seguintes estados: São Paulo, Sergipe, Amazonas, Rio Grande do Norte, Santa Catarina, Pernambuco e Bahia, além do Distrito Federal.

“A ação de hoje tem o objetivo de aprofundar as investigações e esclarecer a prática de crimes como inserção de dados falsos em sistemas oficiais, constituição de organização criminosa e atos de ocultação e dilapidação patrimonial”, informou a PF no comunicado.

Pesquisadores com soluções para comunidades recebem Prêmio Finep

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Clique aqui e leia mais sobre a Operação sem Desconto.

Entenda

Em abril, a PF e a Controladoria-Geral da União (CGU) deflagraram a Operação Sem Desconto com objetivo de combater um esquema de descontos associativos não autorizados em aposentadorias e pensões.

O escândalo também motivou a abertura de uma Comissão Parlamentar Mista de Investigação para investigar o caso.

O cálculo é que entidades investigadas tenham descontado de aposentados e pensionistas cerca de R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024. À época, pelo menos seis servidores públicos foram afastados de suas funções.

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À época, a PF informou que as investigações identificaram a existência de irregularidades relacionadas aos descontos de mensalidades associativas aplicados sobre benefícios previdenciários, principalmente aposentadorias e pensões, concedidos pelo INSS.

 

Pesquisadores com soluções para comunidades recebem Prêmio Finep

O pesquisador Tiago Calves Nunes foi o primeiro de sua família a chegar ao ensino superior na Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS). Ingressou no doutorado, criou empresa e viu sonhos se realizarem. 

O filho de pescador e de dona de casa queria ajudar produtores rurais no pantanal e criou um pesticida sustentável à base de um fungo. Nessa quarta-feira (8), ele foi aplaudido e se emocionou ao receber o Prêmio Finep, na etapa Centro-Oeste na categoria Deep Tech.

A Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) é uma empresa pública brasileira que investe na inovação tecnológica e apresentou os projetos de 18 finalistas em sete categorias. O Prêmio Finep de Inovação 2025 não concede recursos financeiros, mas sim troféus e certificados.

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Inovação

Como no caso de Tiago Nunes, a ideia do prêmio é estimular a descentralização da pesquisa.  “Meu pai foi pescador profissional, homem simples, trabalhador, que tirava o sustento das águas do Pantanal”. 

A pesquisa feita por ele transformou micro-organismos invisíveis em soluções para regenerar o solo, fortalecer as plantas e devolver a dignidade a quem vive da agricultura. 

“Ao segurar esse prêmio, eu lembro do menino que ajudava o pai, na beira do rio, que sonhava em estudar. Hoje estamos aqui, mostrando que educação cria futuro”. 

Diversidade regional

O presidente da Finep, Luiz Antônio Elias, explicou que o prêmio de inovação, que retornou após dez anos, busca valorizar a diversidade regional, o potencial criativo e o compromisso de fazer com que o conhecimento chegue a mais brasileiros. 

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Ele entende ser importante descentralizar o desenvolvimento, olhar ciência e tecnologia em todos os cantos do país. “O prêmio busca reconhecer, fortalecer e dar visibilidade às soluções que brotam em cada território e que, somadas, constroem o Brasil do conhecimento”. 

Elias explicou que, entre 2023 e 2025, foram contratados, na Região Centro-Oeste, cerca de R$ 2,3 bilhões em 319 projetos, sendo R$ 1,1 bilhão em 2025.

“Os temas apoiados refletem a força e a diversidade dessa região. Nanotecnologia, sustentabilidade agrícola, saneamento ambiental, biotecnologia de baixo carbono, tratamento de minérios, ciência animal, agroquímica e bioquímica”, disse o presidente da empresa.

Ele lembrou que, em nações desenvolvidas, a ciência e a inovação são pilares estruturantes do processo de crescimento.

O presidente da Finep informou que, em todo o Brasil, entre 2019 e 2022, foram contratados cerca de R$ 13 bilhões em 1,8 mil projetos. Entre 2023 e 2025, esse valor subiu para R$ 40 bilhões em cerca de 4.700 projetos”. 

Interação

O presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Ricardo Galvão, também presente ao evento, disse que um dos desafios que preocupa pesquisadores brasileiros é a exploração das “terras raras”. “Nós temos que investir muito no conhecimento brasileiro e em inovação. Estamos trabalhando para que essa interação entre academia e setor produtivo seja cada vez mais eficiente”

Outro projeto que serve de exemplo de como a pesquisa pode colaborar com as comunidades foi o vencedor na categoria “Cadeias Agroindustriais Sustentáveis” com o título  de “Soluções tecnológicas para o aproveitamento integral do babaçu e pequi”. 

O projeto propõe transformar os frutos em bioinsumos para as indústrias alimentícia e cosmética, reduzindo o desperdício de 70% para quase zero. Responsável pelo projeto, a coordenadora do Instituto Senai, Natália Olívia de Souza, explicou que serão desenvolvidos produtos como óleos e alimentos em um modelo de bioeconomia circular que fortalece comunidades extrativistas e agricultores. 

“Podemos proporcionar o desenvolvimento de um reaproveitamento de dois grandes representantes da nossa cultura regional. Vamos poder transferir essa tecnologia para agricultores familiares”, afirmou. Para ela, verificar que a inovação está chegando na ponta é emocionante. 

Mulheres

A edição 2025 do Prêmio Finep incluiu um destaque para o melhor projeto coordenado por mulheres. O escolhido foi o da pesquisadora Maria Lígia Rodrigues Macedo, realizado por uma equipe de 27 mulheres.

Em mensagem em vídeo, a ministra da Ciência e Tecnologia, Luciana Santos, destacou a importância do papel fundamental das mulheres na construção de uma ciência e inovação mais plural. “Não é só questão de justiça, mas de excelência, porque a diversidade produz uma ciência melhor”, afirmou. 

O projeto consistiu na primeira plataforma nacional aberta de proteínas e peptídeos com aplicações biotecnológicas.

“Inovar precisa de paridade e equidade. Esse país de inovação ainda vai demorar um pouco para ter equidade, mas a paridade já começou faz tempo”. 

Confira os vencedores por categoria

– Categoria Deep Tech: “Pantabio – Primeiro biopesticida à base de Trichoderma do Pantanal: desenvolve bioinsumos microbiológicos a partir de microrganismos nativos do Pantanal, com destaque para cepas de Trichoderma altamente resilientes às condições tropicais extremas. A solução promove regeneração de solos, controle biológico e ganhos expressivos de produtividade”, de Tiago Calves Nunes

– Categoria Cadeias Agroindustriais Sustentáveis – “Soluções tecnológicas para o aproveitamento integral do babaçu e pequi: o projeto transforma o babaçu e o pequi em bioinsumos inovadores para as indústrias alimentícia e cosmética, reduzindo o desperdício de 70% para quase zero”,  do Instituto Senai de Tecnologia de Alimentos.

– Categoria Infraestrutura de P&D em ICTs – “Fortalecimento da infraestrutura dos Laboratórios de Agricultura Digital e de Purificação de Proteínas e suas Funções Biológicas”, da Fundação Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS).

– Categoria “Ambiente de Inovação – “Consolidação e modernização das instalações do Laboratório IFMaker: o projeto moderniza o Laboratório IFMaker do IF goiano, espaço de inovação e prototipagem multidisciplinar, com estações de eletrônica, impressão 3D, robótica, drones e realidade aumentada/virtual”, do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia goiano. 

Categoria Transformação digital da indústria para ampliar a produtividade – “Reconhecimento de bovinos através de imagens: solução digital pioneira para a pecuária brasileira, que usa inteligência artificial e visão computacional para identificar e rastrear bovinos de forma automática”, da Kerow Soluções em Precisão.

Categoria Bioeconomia, Descarbonização, Transição e Segurança Energéticas – “Película fotoluminescente para incremento de eciência energética em módulos fotovoltaicos – o projeto busca incrementar a eciência de conversão de energia em painéis solares fotovoltaicos através da aplicação de películas poliméricas fotoluminescentes dopadas com terras raras”, da Anexo Energia.

Categoria Complexo econômico industrial da saúde – “Cell4vision: plataforma biológica de células tronco em nanoscaolds biomiméticos para tratamentos regenerativos em oftalmologia”, da Universidade Federal de Goiás. 

Vacina brasileira contra covid entra na fase final de estudos

O Brasil está prestes a ter uma vacina contra a covid totalmente nacional. O país publicou o primeiro artigo científico sobre os resultados dos testes de segurança da vacina SpiN-TEC que mostram que o imunizante é seguro. A vacina avança agora para a fase final de estudos clínicos. A expectativa é que até o início de 2027, ela possa estar disponível para a população.

A vacina foi desenvolvida pelo Centro de Tecnologia de Vacinas (CT-Vacinas) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em parceria com a Fundação Ezequiel Dias (Funed), com recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT), gerido pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep).

Nos testes conduzidos, de acordo com o pesquisador e coordenador do CT-Vacinas, Ricardo Gazzinelli, a SpiN-TEC mostrou ter inclusive menos efeitos colaterais do que a vacina da norte-americana Pfizer.

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“Concluímos que a vacina se mostrou imunogênica, ou seja, capaz de induzir a resposta imune em humano. O estudo de segurança foi ampliado e ela manteve esse perfil, na verdade foi até um pouco mais, induziu menos efeitos colaterais do que a vacina que nós usamos, que é da Pfizer”, diz o pesquisador.

A SpiN-TEC adota estratégia inovadora, a imunidade celular. Isso significa que ela prepara as células para que não sejam infectadas. Caso a infecção ocorra, a vacina capacita o sistema imunológico a atacar apenas as células atingidas, que são destruídas. Essa abordagem mostrou-se mais eficaz contra variantes da covid-19 nos ensaios em animais e em dados preliminares em humanos.  

Testes clínicos

Ao todo, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) investiu R$ 140 milhões no desenvolvimento da vacina, por meio da RedeVírus, apoiando todas as etapas de testes, desde os ensaios pré-clínicos até as fases clínicas 1, 2 e 3.  

A fase 1 do estudo contou com 36 voluntários, de 18 a 54 anos, e teve como objetivo avaliar a segurança do imunizante em diferentes dosagens. Já a fase 2 contou com 320 voluntários. Agora, os pesquisadores aguardam autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para iniciar a fase 3, com estimativa de 5,3 mil voluntários de todas as regiões do Brasil. 

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De acordo com Gazzinelli, esse é também um marco para o Brasil. O país, segundo o pesquisador tem “um ecossistema de vacinas quase completo”, com pesquisas em universidades, fábricas de produção de vacinas e distribuição dos imunizantes pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

“O que nós não temos é exatamente essa transposição da universidade para o ensaio clínico, né? Não temos exemplo disso feito no Brasil. Os ensaios clínicos normalmente são com produtos vindo de fora. Ideias, vacinas idealizadas fora. E esse foi um exemplo de uma vacina idealizada no Brasil e levada para os ensaios clínicos”, explica.

Gazzinelli destaca que esse é um passo importante inclusive para outras pesquisas. “Eu acho que isso agrega uma expertise que nós não tínhamos e também um aspecto muito importante não só na área de inovação tecnológica de vacinas, mas para outros insumos da área de saúde”, diz .

Caso seja aprovada em todas as fases do estudo, a expectativa, de acordo com o pesquisador, é que a vacina brasileira possa ser disponibilizada no SUS até o início de 2027.

Outras vacinas

O CT-Vacinas é um centro de pesquisas em biotecnologia criado em 2016, como resultado da parceria entre a UFMG, o Instituto René Rachou da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz-Minas) e o Parque Tecnológico de Belo Horizonte. Atualmente, reúne cerca de 120 pesquisadores, estudantes e técnicos.

“O MCTI observou, durante a pandemia, que o Brasil não tinha uma autonomia, não tinha soberania para desenvolver vacinas. Eu digo que um dos grandes legados desse programa além, obviamente, da vacina contra covid, é que aprendemos o caminho de levar uma vacina para a Anvisa e fazer o teste clínico”, diz Gazzinelli.

Além da pesquisa sobre covid, o centro trabalha no desenvolvimento de vacinas contra outras doenças, como malária, leishmaniose, chagas e monkeypox.

O pesquisador e coordenador do CT-Vacinas reforça: “Nós sabemos que vacinas realmente protegem. Evitam, inclusive, a mortalidade. De novo, quanto mais gente vacinado, mais protegida está a população”.