Há exatamente um ano atrás, o Brasil conquistava o tão sonhado hexacampeonato da Copa do Mundo. Se no futebol a seleção deixa a desejar, nas quadras a equipe brasileira fez bonito e ergueu a taça da competição pela sexta vez e voltou a ser campeã após 12 anos. O título, no entanto, não surtiu o efeito esperado no país, segundo aquele que guiou a seleção à conquista.
Marquinhos Xavier já revelou que esperava um impacto maior no futsal brasileiro. Ele reconhece que a modalidade poderia ser melhor organizada e que o Brasil ainda tem muito a evoluir neste sentido. Em contrapartida, a safra de jogadores continua qualificada. Alguns nomes que estiveram no último Mundial seguem sendo chamados, mas novos nomes começam a despontar na equipe.
Desde a Copa do Mundo do Uzbequistão, a seleção brasileira foi campeã da Copa Intercontinental e da Copa das Nações, seguindo na liderança do ranking da Fifa. Neste período, foram oito jogos e oito vitórias. São 38 gols marcados e seis gols sofridos. Ainda neste mês, serão disputados mais dois amistosos contra o Japão.
A seleção brasileira, um ano depois
São seis jogadores campeões do mundo em 2024 que não foram mais chamados por Marquinhos Xavier. Os experientes goleiros Guitta, do Ukhta-RUS, e Diego Roncaglio, atualmente no Blumenau, estão nesse grupo.
Entre os fixos, Marlon, o único gaúcho campeão, deixou o futsal espanhol após sete temporadas e foi anunciado pela Yeesco, em julho. O clube, entretanto, anunciou o encerramento das atividades recentemente, o que provocou a transferência do jogador para o Corinthians. Entre as mudanças, o multicampeão pela seleção e por clubes não foi mais convocado.
Já entre os alas, Leandro Lino e Marcênio, que atuam no futsal brasileiro, também não retornaram ao elenco. O outro nome é Ferrão, que já foi o melhor do mundo três vezes, e está suspenso desde fevereiro por testar positivo no antidoping. Segundo a assessoria do atleta, os advogados de Ferrao buscam suspender a pena para ele retornar às quadras.
Entre os campeões que foram convocados para as três listas desde o Mundial estão o goleiro Willian, do Norilsk-RUS, os fixos Lucas Gomes, do Magnus, e João Victor, do Barcelona, os alas Marcel, do El Pozo-ESP, e Arthur, do Benfica-POR, além do pivô Pito, do Barcelona, que é um dos principais nomes da modalidade nos últimos anos.
Outros dois nomes importantes no hexacampeonato, Felipe Valério, do Sporting, e Dyego Zuffo, do Al Ula, da Arábia Saudita, que é o atual melhor jogador do mundo, estiveram nas duas primeiras listas, mas não foram chamados para os amistosos contra o Japão.
O impacto abaixo do esperado
Em entrevista concedida a Zero Hora em julho, o técnico Marquinhos Xavier admitiu que o Brasil não soube aproveitar o hexacampeonato para evoluir a modalidade no país. Ele acredita que tanto poder público quanto poder privado poderiam ter se juntado para aproveitar o momento e propor melhorias no contexto nacional.
— Eu circulo bastante pelo Brasil e não sinto que a conquista do título mundial da seleção brasileira tenha impactado significativamente para o futsal do país. Acho que a gente perde grandes oportunidades, perde a possibilidade de usar, inclusive, essa conquista para avançar em tantas outras frentes que são importantes. Afinal de contas, a visibilidade da seleção brasileira poderia impactar muito o poder público, o poder privado, se houvesse um elo de ligação entre a seleção e as instituições que fazem futsal no nosso país — disse na entrevista realizada em julho.
Os destaques da atual seleção brasileira
Na última competição disputada, a Copa das Nações, em setembro, o pivô Pito foi o capitão e dono da camisa 10. Atualmente, ele é o nome mais midiático da equipe e carrega no currículo, além do título do último Mundial, o troféu de melhor jogador do mundo em 2023. Assim como na última Copa, quando fez 5 gols em quatro jogos, Pito segue sendo uma das referências.
O ala Marcel, que também teve bom desempenho na última Copa, continua entre os principais jogadores brasileiros em atividade. Na seleção, por exemplo, ele foi o autor de três gols em quatro jogos, além de ser extremamente fundamental para o estilo de jogo de Marquinhos Xavier.
E no gol, Willian, titular nos sete jogos da Copa do Mundo, é o único dos três convocados da posição que ainda é chamado. O jogador manteve o alto nível e continua como peça fundamental para a seleção ter uma defesa tão sólida. No último Mundial ele foi eleito o melhor de sua posição e o destaque da final. Um ano antes, foi eleito o melhor goleiro do mundo.
Entre os jogadores que não disputaram o torneio no Uzbequistão, mas que passaram a ter mais oportunidades na seleção neste ano estão os goleiros Matheus, do Joinville, e Nicolas, do Jaraguá, o fixo Marcelo, do Semey-CAZ, o ala Wesley, do Sporting, assim como os pivôs Rocha, do Sporting-POR, e Fabinho, do Palma-ESP.