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Os 90 anos de outra linda mulher

Foto/Reprodução.

Na sexta-feira passada, 20 de setembro, a atriz italiana Sophia Loren fez 90 anos. Neste sábado, 28 de setembro, quem completa 90 anos é atriz francesa Brigitte Bardot. Ela se projetou na década de 1950 e desde 1974 não faz mais cinema.

Brigitte Bardot tem algo em comum com Greta Garbo, além de serem as duas mitos poderosíssimos do cinema. Sueca radicada nos Estados Unidos, Greta Garbo foi símbolo sexual nos anos 1930.

 
 
   

Em 1941, aos 36 anos, após uma série de filmes de sucesso, Greta Garbo abandonou o cinema e adotou a reclusão como estilo de vida. Morreu em 1990, aos 84 anos.

Brigitte Bardot se projetou mundialmente em 1956 quando foi dirigida por Roger Vadim, seu marido, em E Deus Criou a Mulher.

Brigitte Bardot foi um dos maiores símbolos sexuais do seu tempo e largou o cinema em 1974. Tinha somente 39 anos.

E Deus Criou a Mulher não é um grande filme. Sua força está no apelo erótico que tem, considerado avançado para o tempo em que foi realizado.

Brigitte Bardot divide o protagonismo com Jean-Louis Trintignant, que, nos anos seguintes, se tornou um dos atores mais requisitados por franceses e italianos.

Em 1957, E Deus Criou a Mulher provocou escândalo. Hoje, se fosse exibido na Sessão da Tarde, certamente não chocaria mais ninguém.

Bardot filmou Vida Privada (1962) com Marcello Mastroianni e Viva Maria! (1965) com Jeanne Moreau. Nos dois, foi dirigida por Louis Malle.

Em 1963, Jean-Luc Godard, fundador da Nouvelle Vague, dirigiu Brigitte Bardot em O Desprezo. Trabalharam juntos outra vez em Masculino, Feminino, de 1966. Em Masculino Feminino, Bardot é Bardot, ela própria.

Em 1964, de férias no Brasil, BB revelou Búzios ao mundo. Em 1967, entrou no radar de Caetano Veloso em sua revolucionária Alegria, Alegria: “Em caras de presidentes/Em grandes beijos de amor/Em dentes, pernas, bandeiras/Bomba e Brigitte Bardot”.

Dirigida por Edward Dmytryk, Brigitte Bardot está com Sean Connery em Shalako, de 1968. Connery, então muito popular como James Bond, fazia seu único western.

Em 1974, ao largar o cinema, Bardot anunciou que se dedicaria à defesa dos animais. Foi a causa que abraçou por toda a vida, e é muito nobre que assim tenha sido.

Mas há uma mácula na sua história: o apoio à extrema direita francesa, essa que cresce cada vez mais e ameaça as tradições democráticas da França.

Enquanto fez filmes, Brigitte Bardot impactou o cinema e também a moda com beleza e estilo. A adesão às ideias da extrema direita definitivamente não combina com a liberdade que o mundo viu em BB, a atriz e sua persona pública.