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Relatório Amazônia 2025 recomenda conectividade ecológica

Pesquisadores que participam do Pavilhão Ciência Planetária, na 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), lançaram nesta terça-feira (11) o Relatório de Avaliação da Amazônia 2025, com o título Conectividade da Amazônia para um Planeta Vivo.

O documento reúne evidências científicas sobre a importância da conectividade ecológica e sociocultural como estratégia central para conservar ecossistemas, impulsionar o desenvolvimento sustentável e promover o bem-estar humano e ambiental.

 
 
   

“A Amazônia está na beira do ponto de não retorno, então, nós temos que salvar a Amazônia, manter a conectividade ecológica e sociocultural. E é isso que apresentamos nesse relatório. Os indígenas chegaram aqui 14 mil anos atrás, 11 mil anos atrás eles já estavam em toda Amazônia. Eles sempre tiveram a biodiversidade, desenvolveram a ciência indígena, principalmente as mulheres que foram as cientistas indígenas. Precisamos valorizar essa história”, disse Carlos Nobre (foto de destaque), cientista e copresidente do Painel Científico para a Amazônia.

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O relatório define conectividade como a interconexão entre sistemas ecológicos e sociais, envolvendo o fluxo de recursos, informações e pessoas dentro e fora das fronteiras geopolíticas.

Organizado em oito capítulos temáticos, o documento aborda:

  1. Conectividade regional a global
  2. Interrupções na conectividade
  3. Conectividade para a saúde
  4. Colaboração transfronteiriça
  5. Conectividade dos povos amazônicos
  6. Conectividade em paisagens de produção
  7. Conectividade para socioeconomias
  8. Conectividade do conhecimento

Cada capítulo é acompanhado por Apelos à Ação, com diagnósticos e soluções já em curso em territórios amazônicos. O relatório foi elaborado por uma rede internacional de cientistas, líderes indígenas e representantes de comunidades locais, incluindo Emma Torres, Marielos Peña-Claros, Sinéa do Vale, José Marengo, Marina Hirota, Roberto Waack, Gregorio Mirabal e Fany Kuiru.

“Para nós, conectividade é conectar a ciência da academia com a ciência indígena, porque sem essa conectividade a gente não consegue salvar a Amazônia. Nós, os povos indígenas, temos uma ciência própria e temos que garantir os territórios indígenas — essa é parte da solução. Se nós não garantirmos a vida no planeta, as altas temperaturas continuarão a matar plantas, animais, rios, a nossa cultura e o nosso direito. Precisamos trabalhar na coletividade para salvar o planeta”, disse Sineia do Vale, cientista indígena e integrante do Painel Científico para a Amazônia

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O documento propõe um novo paradigma de políticas públicas integradas, que considerem os vínculos entre biodiversidade, clima, saúde, economia e conhecimento tradicional, reforçando o papel da Amazônia como um sistema interdependente e essencial para o equilíbrio planetário.

“A Amazônia não é uma entidade única. É um conjunto de ecossistemas, todos incrivelmente ricos em biodiversidade, mas interconectados e dependentes uns dos outros para funcionar adequadamente. Populações indígenas, comunidades afrodescendentes e comunidades locais têm uma relação profunda com esses ecossistemas: não há separação entre a humanidade e a natureza. Todos fazemos parte de um mesmo todo, e somente compreendendo essa interconexão poderemos conservar a Amazônia”, disse  Marielos Peña-Claros, cientista boliviana e copresidente do Painel Científico para a Amazônia.